MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Doutorada em História / Investigadora

12/07/2023 08:00

A chamada ‘metainformação’, indissociável dos dados, ao abordar o índice de envelhecimento em Portugal, revela que há 184 pessoas com 65 ou mais anos, por cada 100 jovens. Através de um documento divulgado pela plataforma, em todos os municípios do país, com exceção de Lagoa e Ribeira Grande, nos Açores, o número de idosos é, atualmente, superior ao número de jovens. Ainda de acordo com os dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, o número de pessoas a atingir os cem anos, aumentou 77%, na última década em Portugal, para quase 3.000 cidadãos centenários no ano passado. Mais de meio milhão de idosos vivem sozinhos. Por diversas razões. E, cabe a todos nós, refletir e respeitá-las, não descurando, entre outras, a atenção que merecem, combatendo a solidão e a exclusão social, construindo laços de vizinhança.

A verdade é que evolução demográfica é considerada a tendência mais importante do século XXI. Os tempos que vivemos mostram, de facto, a urgência de uma cultura de construção de pontes, do cuidado, de uma visão humanista de interdependência e de complementaridade. O envelhecimento, enquanto fenómeno multidimensional, constitui, só por si, uma vitória do desenvolvimento socioeconómico e da saúde pública. É ele que, naturalmente, imprime um outro desafio, que passa pela adaptação da nossa sociedade. E esta transformação cabe a todos nós. No Funchal, o executivo camarário já tem vindo a trabalhar em políticas municipais concretas, no sentido de pôr a longevidade no centro da agenda política. Esta necessária construção e implementação de políticas saudáveis e de estratégias de envelhecimento, levam, inevitavelmente, a um outro estádio incontornável: repensar o envelhecimento, implica redesenhar todo um conjunto de políticas públicas, assim bem como, a obrigação de se estabelecer um verdadeiro compromisso de investimento no Envelhecimento Ativo e Saudável, que deve ser transversal e vertido em todas as medidas implementadas. Este novo patamar, que já vem sendo consolidado, passa por um aprofundamento urgente e emergente desta temática da Longevidade e do Envelhecimento Saudável e Ativo.

É um dado incontornável que Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. A cidade do Funchal, enquanto parte desse todo, não vive um cenário diferente. Contudo, e já com cerca de um ano e meio de mandato, o executivo camarário, liderado pelo presidente Pedro Calado, tem estado muito atento aos desafios da Longevidade. A meta, essa, revela-se muito clara: ter uma cidade preparada para os nossos mais velhos. E já começa a estar visível aos olhos de todos. Como um pouco por todos o país, o aumento da esperança média de vida não pode ser visto como um problema, mas antes como potenciador e gerador de novas oportunidades e, na cidade do Funchal, também não deixou de ser uma oportunidade económica e social, com vários negócios e investimentos a serem realizados em campos variados, tais como o da inovação tecnológica, da saúde, entre outros. A promoção de um envelhecimento ativo e saudável, ao longo de todo o ciclo vital, tem sido um caminho apontado como resposta aos desafios relacionados com a longevidade e o envelhecimento da nossa população. Caminhemos juntos.

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