Quantas vezes já estiveste à beira de um colapso nervoso porque o teu computador ou telemóvel decidiu não colaborar? E a primeira dica que te dão é: “Já reiniciaste ou desligaste e voltaste a ligar?” E, por magia, tudo volta ao normal. Nós, humanos, também funcionamos assim. Às vezes, precisamos mesmo de um “reset” para que as coisas voltem a funcionar.

Uma ferida que precisa de tempo para cicatrizar ou um osso partido que precisa de tempo para solidificar. Quando algo muda na nossa vida, precisamos de tempo para nos readaptar, para atualizar o nosso “sistema”. Na nossa cultura, parar é tido como sinal de fraqueza ou desmotivação. Fazer uma pausa para acalmar os ânimos, pensar com clareza e tomar a melhor decisão possível para aquela altura é a postura mais inteligente e mais sensata. Devemos dar-nos esse tempo.

Várias gripes malcuradas, podem gerar uma pulmonia e aí é que temos de parar mesmo. É assim que estamos: num rodopio constante e só algo grave nos faz parar. Acredito que é por isso que andamos saturados, sisudos, desconfiados, apáticos uns com os outros. Sem vontade ou esperança para se surpreender. A resistência à mudança, a ouvir e aceitar opiniões diferentes, leva a uma sociedade estagnada, ineficiente, desconfiada pouco cooperante e sem foco para os problemas e soluções emergentes.

Pelo contrário, estarmos recetivo a ouvir e aprender a partir de diferentes experiências e histórias de pessoas inspiradoras, passamos a ser mais compreensivos e mais propensos a fazer escolhas saudáveis e conscientes, melhorar a qualidade de vida e enfrentar os desafios do presente e do futuro.

Vivemos num mundo que muda a uma velocidade louca. As condições climáticas, a tecnologia, a política, a opinião pública, a medicina... está tudo em constante evolução. E, muitas vezes, o que funcionava ontem já não serve para hoje.

Se antes pensar diferente era considerado heresia, hoje sabemos que a criatividade do ser humano é seu maior potencial. Se ainda existimos neste momento, foi graças à nossa curiosidade incessante, à vontade inata de compreender o mundo e encontrar soluções às adversidades.

Antigamente sair do país significava perder o contacto com a família. Hoje, viajar é uma oportunidade de conhecer o mundo, perceber outras culturas, aprender coisas novas que nos permitem voltar e fazer a diferença no nosso local de origem. Se antes o lema era “homens não choram” e “Eles são o sustento da casa”, hoje os pais querem acompanhar o crescimento dos seus filhos.

Antes podíamos morrer de algo que com um simples paracetamol estaria resolvido. Hoje em dia, usam-se fezes para tratar doenças autoimunes! Se antes conquistar territórios e criar novos países era o objetivo, hoje a boa governação passa pela cooperação e união entre nações e instituições para superarmos crises e nos tornarmos mais fortes. Claro que ainda temos conflitos territoriais, mas o futuro está na colaboração global.

Países que detêm energias fósseis continuam a ter poder nas decisões económicas e políticas. Atualmente, replicam-se processos que acontecem no sol e noutros planetas para criar energia limpa na Terra.

A nossa curiosidade incessante é o que nos mantém vivos e dá sentido à nossa existência.

A tua próxima atualização é a 9 de novembro, às 13h00. Vais ignorar e ser ultrapassado ou vais optar por expandir a tua mente e viver a vida da melhor maneira possível?