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Artigo de Opinião

24/07/2023 07:50

Assim sendo, que governo socialista do PS é esse que a Madeira merece? Que exemplo têm para mostrar, de forma a convencer os Madeirenses?

O Governo de António Costa? O problema deste governo socialista é que temos de escolher qual a versão que falamos: temos a versão cor-de-rosa do primeiro-ministro, que fez disso bandeira no último Estado da Nação. Temos aquele Portugal que é "um país no bom caminho", que "teve no primeiro trimestre o terceiro maior crescimento da União Europeia e as previsões de crescimento para este ano já variam entre 2,4 e 2,7%", e que graças à "estabilidade política [que] foi a opção dos portugueses há pouco mais de um ano", "o emprego está em máximos históricos, com 4,9 milhões de pessoas empregadas". Aquele país onde "os portugueses pagam hoje menos dois mil milhões de euros de IRS" e onde "os aumentos salariais vão além do negociado em concertação social e as prestações sociais e pensões subiram acima da inflação". Aquele país que faz António Costa concluir que "podemos dizer que os portugueses estão melhor, que o país está a melhorar".

Depois há o outro Portugal. Aquele que António Costa não vê. E que Sérgio Gonçalves acha que não vemos aqui na Madeira. O país das crises, das greves, dos casos, dos abusos e da falência do Estado.

Facto. António Costa e o seu PS lideram os destinos do país desde 2015. São oito anos de contínua degradação dos serviços públicos, de degradação do poder de compra dos portugueses e de degradação das próprias instituições que compõem o Estado.

Portugal tem hoje a maior carga fiscal de sempre, que corresponde a cerca de 36,4% do PIB em 2022. Superior inclusive a qualquer registo durante o período da troika em Portugal. Em impostos diretos e indiretos, cada contribuinte pagou em 2022 mais 883 euros do que no ano anterior e só em sede de IRS o governo teve um ganho superior a mais 2 mil milhões de euros.

Porém, os serviços públicos estão cada vez piores para os cidadãos. Na saúde, e ao contrário do prometido, utentes sem médico de família são cerca de 1,5 milhões, um aumento de 105% desde 2019 e de 30% em 2022. As listas de espera para consultas engrossaram, num só ano, em mais 58 mil utentes. Em 2022 são mais 25 mil utentes à espera de uma cirurgia. Nada disto é dissociado da debandada dos médicos dos serviços públicos e da desorganização que é o SNS, com as rotações nos fechos de unidades de urgência e os casos de mortes de utentes em transporte ou às portas das unidades fechadas. Consequentemente já somos o 2.º país da UE em que os cidadãos mais gastam em saúde privada.

Na educação, só neste ano, houve 466 pré-avisos de greve, o que é um recorde. Após 2 anos de pandemia, com escolas fechadas e aulas à distância, era imperativo que este ano letivo fosse de estabilidade e recuperação. Pela teimosia e intransigência do Governo foi (mais) um ano perdido.

À deterioração dos serviços públicos e à asfixia fiscal, junta-se a perda constante do poder de compra das pessoas. Hoje, temos mais de dois milhões de pessoas no limiar da pobreza e cerca de 40% dos alunos recorrem aos serviços da ação social escolar. Sete em cada dez famílias enfrentam dificuldades financeiras. Em 2022, os salários reais caíram 4% e o salário médio em Portugal corresponde a 58% dos nossos congéneres na UE.

A crise habitacional provocada pelo custo das casas disponíveis é uma realidade incontornável hoje em cidades como Lisboa ou Porto. Mas, ao invés de agilizar os processos de licenciamento e baixar a carga fiscal, de investir em habitações sociais e construções a custo controlado ou recuperando grande parte do património inutilizado do Estado, António Costa prefere diabolizar os investidores, o turismo e o alojamento local, lançando um programa que é um verdadeiro ataque à propriedade e à iniciativa privada, cujas consequências ainda estarão por apurar.

E vale a pena ainda referir a forma irresponsável (e quiçá criminosa) como gere as empresas públicas, como vamos vendo na TAP? Nos incontáveis casos de má gestão dos recursos públicos? Na instrumentalização dos serviços de informação e das forças armadas? No chorrilho de nomeações e demissões no seu governo?

Que não seja eu a dizer. À pergunta sobre se o país está "pior, igual ou melhor do que há um ano", 65% dos inquiridos na sondagem da Universidade Católica dizem que Portugal está agora pior do que há um ano. E que a razão principal que apontam é o Governo e a sua governação (16%), à frente da inflação e do custo de vida.

É este o governo do PS que a Madeira merece?

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