No entanto, de um dia para o outro surge uma indignação pública, quase sempre por uma minudência. Ora são os ingleses que nos invadiram por causa da bola, ora são os ingleses que nos excluíram por causa da mesma bola, agora é a chanceler que nos puxou as orelhas (e bem), afinal, o que se passa? Quando as ameaças ou os arrufos vêm de fora, toca a reunir as tropas e arregaçar as mangas que vai peso. Mas quando a ameaça é interna e bem real parece que os portugueses se transformam nuns zombies infectados por um qualquer vírus bolivariano que os impede de pensar e os impele a invadir shoppings superlotados ou a rumar em bichas intermináveis para praias à pinha.
Prova deste apocalipse é a forma como os portugueses toleram ordeiramente o Sr. Ministro da Administração Interna, o Doutor Eduardo Cabrita. Noutro país civilizado, este governante nem cinco minutos permaneceria no cargo, e a sua evocação seria apenas para convencer as crianças a acabar a sopa. As trapalhadas são inúmeras, e como os caracteres são preciosos penso que a criatura não merece a despesa. Infelizmente, esta personagem é bem o espelho deste governo de António Costa, um governo badocha, flácido, tão mentiroso como astuto, irresponsável, táctico até dizer chega, mas muito eficaz na propaganda, e claro, com toda a família instalada.
Ao debruçar-me sobre este sinistro figurante na peça trágico-cómica em que se transformou este governo socialista, ocorreu-me a ideia de criar os Prémios Eduardo, e assim agraciar condignamente as figuras mais proeminentes da política portuguesa. Claro que seria mais ao estilo dos Razzies, ou Framboesas de Ouro, prémio concebido como paródia aos Oscares e com o objectivo de premiar os piores actores de Hollywood. A academia lusa não teria mãos a medir e os candidatos seriam imensos. Para abrilhantar a cerimónia escolheria Francisco Louçã, charmoso, simpático, de esquerda e imaculado, pois apesar de muitas chachadas nunca fez piadas com chineses carecas ou alentejanos daltónicos. Para o alinhamento da gala aqui vai a lista das categorias dos prémios Eduardo e dos respectivos nomeados:
- Eduardo para ‘Fica no cerco que eu vou à Baviera ver a bola’
António Costa (disse qualquer coisa que ninguém percebeu)
- Eduardo para ‘Isto não volta atrás, ou se calhar volta’
Marcelo Rebelo de Sousa (aí que a nossa gata quer água)
- Eduardo para o ‘Melhor KGB de Alfama’
Fernando Medina (a URSS agradece e retribui, em géneros)
- Eduardo para o ‘Melhor filme mudo’
Paulo Cafôfo (não diz nada mas o discurso aparece nos jornais)
- Eduardo para a ‘Melhor ciclovia da Monumental’
Miguel Gouveia (vai de bicicleta que eu vou de barco)
- Eduardo para a ‘Melhor produção, enredo e efeitos especiais’
Miguel Iglésias (infelizmente o actor principal é um bocado canastrão)
- Eduardo para a ‘Melhor demissão governativa’
Eduardo Cabrita (no dia de São Nunca à tardinha)
- Eduardo para ‘Melhor girl band tuga’
Catarina Martins e Gêmeas (um dia ainda vamos actuar em Caracas e Pyongyang)
- Eduardo para ‘Melhor dupla Sertaneja tuga’
Graça Freitas e Marta Temido (seja o que Deus quiser)