1. O novo (?) CDS
Tenho de reconhecer que fiquei algo perplexo este fim de semana, com a violência do ataque do novo líder do CSD, José Manuel Rodrigues, ao anterior, Rui Barreto.
Ainda por cima porque o Primeiro era o Presidente do Partido ao tempo em que o segundo liderava a Comissão Política do CDS, órgão de decisão da estratégia política do partido (agora alteraram os estatutos e acabaram com essa liderança com duas cabeças).
Quando uma das frases que a imprensa destaca do discurso de José Manuel é a de que o seu partido (...) “não será mais muleta de ninguém”, quanto muito, sublinhou, seremos “parceiros” (...), tenho de ficar espantado.
Primeiro pela forma como critica Rui Barreto, ridicularizando-o, uma vez que ao dizer que o CDS não será mais muleta, está a acusar Barreto de ter sido e estar a ser uma muleta do PSD e que agora com a nova liderança isso acabou.
Ora, que eu saiba, até desmentido em contrário, o que o PSD e o CDS fizeram foi uma coligação, em que concorreram com listas únicas às eleições regionais de 2023.
Se concorrer em coligação é ser uma muleta, como pode José Manuel ter aceite ir na lista? Leia-se, ser muleta ele próprio? Uma vergonha!
Rui Barreto não merecia este ataque.
2. Marcelo em penosas “cambriolas”
Tem sido penoso assistir às últimas cambriolas de Marcelo Rebelo de Sousa.
Primeiro o resultado do inquérito à triste historia da cunha que não foi cunha, mas afinal foi, do filho de Marcelo, que ele trata por “Dr Nuno”.
A Inspeção Geral das Atividades em Saúde, no seu relatório de inquérito à insólita situação em que Marcelo se meteu com o filho, afirma que o Presidente da República e o seu gabinete condicionaram a investigação ao caso das gémeas.
Ficou muito bem visto o Senhor Presidente!
Ainda não refeito desta “esperteza palaciana” eis que Marcelo sente a necessidade de explicar umas condecorações.
Porém só entendeu dever explicar, depois de ter saído num jornal que Marcelo havia condecorado às escondidas (isto é, sem fazer o foguetório, as fotografias a granel e a costumeira imposição das comendas perante as câmaras das televisões para os portugueses verem à noite nas notícias) o Marechal António Spínola, o General Francisco da Costa Gomes, antigos Presidentes da República e os demais membros da Junta de Salvação Nacional.
Ora, o que teme Marcelo? O de sempre – não ser popular em alguma mínima coisa que faz!
Com esse medo, de ter a mínima contestaçãozinha, Marcelo fez com que todo o seu gabinete tivesse uma incompetente amnésia e não divulgasse estas condecorações, ocorridas já em 2023.
Agora que foi descoberto, Marcelo faz aquele ar de pessoa distraída, em que é mestre e diz que foi um lamentável esquecimento, mas que tudo estava no Diário da República e no registo das Ordens Honoríficas portuguesas.
Marcelo tinha dito em 2022 que nos 50 anos da revolução tinha ideia de fazer estas condecorações.
Mas, como é evidente, teve medo do esquerdista radical Francisco Louçã, do historiador Fernando Rosas, outro bloquista, de Carlos Brito, ex líder parlamentar Comunista e da professora aposentada Maria do Rosário Gama uma vez que estes lhe escreveram uma carta considerando uma afronta que estas condecorações viessem a acontecer.
Marcelo, com medo dos radicais de esquerda, decidiu condecorar...às escondidas.
Uma verdadeira atitude de “coragem”, que mostra ao que chegou este país!