O fim do mundo está próximo e já tem data marcada na Madeira. Apontem na vossa agenda: dia 20 de Junho. O dia em que se votará o Programa de Governo na Assembleia Legislativa da Madeira.
O apocalipse e o juízo final vão se abater sobre o arquipélago, se não for aprovado o Programa de Governo do PSD. Não restará nada, só ficarão os calhaus e as lagartixas, vaticinam os oráculos do regime.
Se alguém tem dúvidas da influência do grande polvo, depois destes últimos dias, não restam dúvidas. A manipulação da opinião pública acontece à descarada e conta com o apoio dos maiores grupos de pressão. O tal famoso grupo das dependências, que sobrevivem agarrados à teta do erário público. Já viram uma porquinha quando está a alimentar os seus leitões? Experimentem tirar um da teta, a ver o que acontece, são só guinchos.
Desde o mundo do futebol, dos táxis, da igreja, da proteção civil e da saúde, todos vaticinam os piores dos cenários, caso, não seja viabilizado o Programa de Governo. O próprio Bispo D. Nuno Brás, diz-se “cansado de eleições” e que agora é tempo de os deixar governar, num artigo de opinião no Jornal da Madeira. Realmente, não há pecado que um Pai Nosso e uma Ave Maria não resolva. Há absolvição até da corrupção.
Para cúmulo chegamos a ter ameaças de uma manifestação no Parlamento Regional. Só na Madeira é que se ameaça com uma insurreição em prol da “estabilidade governativa”, no resto do mundo, as manifestações servem exatamente para o contrário, para derrubar governos, não para consolidá-los.
Os órgãos de comunicação social acompanham o discurso ou também não dependessem intrinsecamente do financiamento público. A cultura do medo intensifica-se, são só manchetes do género: A economia vai paralisar, não vamos poder baixar impostos, as obras no hospital vão parar, não vamos poder dar um complemento de reforma aos nossos velhinhos, a Assembleia vai ficar em gestão. Tudo o que PSD não fez até agora, quer implementar neste orçamento. Deviam ter pensado nisto antes de “irem com muita sede ao pote”.
O alarme social criado não é justificado. Sim, existem limitações, mas a Madeira, certamente, não ficará ingovernável. Maioritariamente, o Parlamento Regional, funciona para adaptar normas legislativas que vêm por imposição do Parlamento Europeu ou da Assembleia da República. Para grande parte da população, a não aprovação do Programa de Governo e do Orçamento Regional, não terá qualquer constrangimento significativo. O maior impacto seria deixarmos continuar um governo corrupto, a decidir sem legitimidade e de forma irresponsável.
Agora, os que estão na teia das dependências, não devem dormir à noite. Aqueles que vivem das cunhas, dos contratos públicos, dos apoios e subsídios, estão desesperados. Vão fazer tudo para instrumentalizar a população e pressionar os partidos da oposição.
O CDS e o PAN, já não sabem o que dizer para justificar o apoio ao PSD. Joga a favor do PSD, o facto, dos deputados não estarem interessados em ir a eleições e ter o seu lugar posto em causa. Os deputados do Chega Madeira, já foram a Lisboa, implorar de joelhos para que Ventura mude de ideias. O Chega Açores também prometeu rejeitar orçamento e acabou por aprová-lo, mas a notícia de que Nuno Morna renuncia à coordenação da Iniciativa Liberal na Madeira, também é suspeita.
São necessários mais dois deputados para viabilizar programa de Governo. Até à votação, acredito, que haverá escorregadelas, entre a oposição. Resta saber quais serão...