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Artigo de Opinião

Engenheiro

6/01/2022 08:00

Mas claro que para António Costa, está tudo bem, uma maravilha. Na cabeça do optimista irritante, como um dia se autointitulou, Portugal nunca esteve tão óptimo. Para mim, Costa não passa de um negacionista. Não faz parte da trupe destes novos negacionistas que desenvolvem teorias da conspiração em torno da Covid, nada disso, este espécime socialista é muito mais complexo e pratica o chamado negacionismo selectivo. O truque é negar a realidade com todas as suas forças e meios disponíveis, fugindo assim de uma verdade desconfortável e muito pouca amiga de reeleições.

Nesta passagem hedonística pela governação de Portugal, o grande líder conseguiu de facto impor uma realidade alternativa, como uma "Twilight Zone" socialista da vida quotidiana dos portugueses. Com a ajuda de alguns órgãos de devoção, peço desculpa, informação, Costa conseguiu criar factos alternativos, diversões e pós-verdades que ludibriaram a realidade que empiricamente a sociedade portuguesa verificava e experimentava na pele. A narrativa de Costa era cor-de-rosa, a vida dos portugueses era e ainda o é, negra…

Mas este prodígio do negacionismo, além da capacidade de rejeição das evidências políticas, sociais e económicas do nosso país, tem ainda uma característica ímpar, uma característica que o distingue entre todos os actores políticos lusitanos… a arte do assintomático. Em medicina, se um paciente for portador de uma doença ou infecção mas não exibir sintomas é considerado assintomático. Quem melhor do que Costa para passar pelos pingos da chuva (e de outras forças da natureza) e sempre sem sintomas ou maleitas? Em Pedrogão, Costa estava a arder em febre, mas quem levou com o paracetamol no traseiro foi a coitada da ministra Constança (e não foi um pontapé nada mole). No caso de Tancos, o primeiro-ministro estava cravado de balas roubadas, mas quem teve que levar uma transfusão de sangue foi o desgraçado do Cabrita. Os migrantes em Odemira, os Sportinguistas em Lisboa e os hooligans no Porto passaram a Covid a António Costa, mas quem ficou sem paladar e sem olfato (terá sido o faro político?) foi outra vez o Cabrita. No negócio das barragens da EDP e no fecho da refinaria da GALP lá arranjou o ministro do Ambiente para disfarçar as suas queimaduras de terceiro grau, o infeliz do Matos Fernandes ainda hoje barra creme Nivea para ajudar a sarar.

As situações acabadas de referir são apenas uma pequena amostra da capacidade clínica (ou cínica…) de António Costa de ocultar os sintomas e os efeitos da doença que o enferma em determinado momento. A arte da ocultação dos sintomas e a capacidade de os transferir para os colegas de governo é de mestre. Terá sido por esta razão que este último governo tinha 19 ministros e 50 secretários de Estado? Lá rapaziada para passar o "bicho" não faltava. Da forma como a incompetência socialista é incidente e transmissiva, foi um milagre apenas o Cabrita ter sucumbido… porventura terá sido devido às máscaras e ao álcool… ao álcool-gel, como não poderia deixar de ser.

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