Gostaria de deixar a minha opinião sobre esta ideia de tachos, que inclusive deputados/as e ex-deputados/as deixaram propagandear. “Tacho”, ironicamente, cuja tradução para inglês é “pan”, não é nada mais, nada menos do que panela no seu sentido figurativo.
Mas este termo começou a ser usado, como expressão, para alguém que desfruta de um emprego muito bem renumerado. Infelizmente ouvimos, certos deputados a ser coniventes com isto tipo de afirmações, mas não seria de esperar outra coisa, quando são os mesmos que afirmam que não sabem o que andam aqui a fazer. Para determinados colegas de Assembleia, o deputado só trabalha quando está nos plenários, o que nos deve levar a questionar o que andam a fazer quando não há sessões plenárias? É que eu posso responder por mim e garantir às pessoas, que o trabalho de uma deputada é muito mais do que os debates na Assembleia.
Um/a deputado/a é eleito/a pelas pessoas, não é um favor que alguém nos faz, nem o PAN está na Assembleia por favor de nenhum partido. Estamos porque nos elegeram e isso é democracia e não tacho. Fico ainda perplexa ao ler, ex-deputadas, que se dizem feministas, mas que percebem pouco de sororidade. Daquelas que colocam os interesses partidários à frente do bom-senso e também da inteligência, e que perpetuam esta ideia de “vendida”, alimentando especulações de que recebemos coisas e que só estamos onde estamos, porque alguém decide por nós.
Felizmente, ao contrário talvez delas próprias, não preciso de me agarrar a nenhuma cadeira, porque tenho a minha vida profissional. E fiz questão de a ter, antes de me aventurar na política, porque enquanto jovem sei a importância de termos estabilidade e que nenhum cargo é para sempre. Servir a causa pública deve ter sempre como princípio, trabalhar em prol da população, e dar o nosso melhor a representar quem nos deu esse voto e essa confiança. E é pelas pessoas que aqui estamos e é a elas que devemos justificações.
Parece que por vezes é preciso explicar isto, inclusive, a colegas de outros partidos, que gostam, esses sim de tentar vender ideias falsas sobre a vida pessoal das pessoas, e que se consideram donos das maiorias e das oposições, onde todos os partidos devem ser seus reféns.
Quanto à renumeração dos/as deputados/as também muito haveria a dizer, e muito se diz fora dos holofotes, mas como isso não dá votos, é preferível alimentar a ideia de que recebemos subvenções milionárias e que o nosso ordenado mais do que justifica o nosso esforço e dedicação. Para alguns partidos, que têm elementos a part-time e que mal se ouve a voz na Assembleia, acredito que se possa considerar um desperdício de dinheiro público, mas não é de todo esse o caso do PAN.
E com isto, apenas me responsabilizo pelo partido que represento, e que fique bem assente que esse partido é Pessoas-Animais-Natureza.
Somos o partido que arregaça as mangas e faz o seu trabalho. Que com 1 deputada na Assembleia da República apresentou mais propostas. Que nos Açores com 1 deputado apresentou mais propostas. Que na Madeira, garantiu uma estabilidade governativa e que colocou num orçamento as suas medidas, reivindicando tantas outras em prol das causas que defende. Um partido que fala em nome próprio, que tem como foco o trabalho e não o que se passa nos outros partidos. Que discute diplomas e não ideologias, e que defende as suas ideias sem colocar em causa as dos outros. O partido que sabe dialogar mesmo com quem pensa diferente, talvez por isso faça confusão a tanta gente.