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Artigo de Opinião

18/02/2022 08:00

Numa sociedade coerente e recíproca, consolidada em valores essenciais, a Pessoa deverá constituir sempre a prioridade de toda a ação por parte do Estado.

Sabe-se que o desenvolvimento social, não se reflete na economia, apenas no sentido financeiro, mas na concertação de múltiplos fatores e na sua conjugação entre o progresso económico e social. Os indicadores de desenvolvimento, para além do PIB, reportam a uma análise do desempenho social, ambiental, de saúde e desenvolvimento da população, possibilitando a avaliação e redefinição das políticas instituídas (IDH Nações Unidas).

Para vivermos com justiça e equidade, a verdadeira mudança pró-social deverá partir da base, do Estado, cabendo ao mesmo funcionar como um "todo" estrutural.

Construir uma sociedade mais justa pressupõe um processo continuo que vai além de questões individuais de altruísmo (apesar de essenciais na sociedade), baseado no compromisso público entre os governos e a sua população, assegurando princípios básicos de garantias e liberdades fundamentais para todos, de igualdade de oportunidades e de apoio aos mais desfavorecidos.

Contudo, fazer justiça social não basta redistribuir recursos materiais na sociedade, passará também por capacitar os cidadãos para que estes se integrem de forma efetiva e adaptada.

Será sempre essencial um investimento transversal a todos os estratos. Um investimento com retorno, com uma aposta nas famílias e na qualidade de vida, potenciando o seu desenvolvimento, os seus recursos e a responsabilização individual. Um sistema humanizado será sempre um sistema mais forte e equilibrado e a humanização começa em cada um de nós - todos somos parte essencial nesta construção.

Precisamos sociedades mais inclusivas, que aceitem, integrem e aproveitem o melhor de cada um.

Precisamos de sociedades justas que premeiem o mérito e o esforço.

Queremos sociedades que elevem os princípios morais.

Precisamos de uma sociedade consciente, pensada a longo prazo, e que capacite desde cedo os homens e mulheres do futuro, pois estes serão um produto do que se fizer hoje.

Precisamos todos pensar e semear desde cedo um espírito de cidadania ativa nos mais novos, de os encorajar a assumir o erro e a melhorar com a experiência. Passar-lhes a mensagem de que a "culpa" não poderá andar à solta e a "responsabilidade" em liberdade condicional.

Precisamos agir, mas acima de tudo, dar lugar ao "pensar".

Sempre com esperança numa sociedade Sã.

Não esquecendo que será preciso semear hoje, o que mais tarde queremos encontrar.

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