Certamente, que no seio de todos nós madeirenses existem opiniões, e ideias diferentes sobre medidas a implementar. Uns pensaram de uma forma, outros de outra. Uns falaram com maior conhecimento de causa, outros nem por isso, mas as medidas e as ações no terreno terão de ser tomadas de forma ponderada e estudada. Para todos aqueles que afirmam que esta questão era previsível já a algum tempo, relembro que se recuarmos menos de 2 anos no tempo, nesses mesmos lugares não encontrávamos um turista que fosse, e esse cenário foi uma constante por mais de um ano, trazendo a pandemia receios e incertezas relativamente à retoma do turismo.
Mas além desta questão de afluência de turistas a determinados locais, preocupa-nos o comportamento de alguns desses turistas, comportamentos que no passado não se verificavam e que hoje com grande preocupação começamos a verificar. Turistas de mochila às costas a acampar em muitos locais de forma indevida, utilizando o fogo em fogueiras improvisadas, ilegais, em espaços naturais protegidos, durante a noite. A utilização do fogo desta forma constitui um comportamento não admissível e altamente perigosos para a floresta. Não podemos tolerar que numa época em que muitos dos organismos governamentais irão levar a cabo o Plano Regional Operacional de Intervenção em Incêndios Rurais (POCIR) em que a utilização do fogo para a realização de fogueiras e queimadas é expressamente proibido, andem estes visitantes a ter estes comportamentos.
A Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas através do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza IP-RAM (IFCN), adotou já várias ações no terreno, tendo em vista informar, sensibilizar e fiscalizar os turistas e visitantes que possam ter estes comportamentos.
Com o apoio da ANA Aeroporto da Madeira, foi criada informação a alertar à proibição de realizar fogo ou fogueiras em espaços naturais e proibição de acampar fora dos locais definidos para o efeito e sem a respetiva licença.
Foi criado informação a ser colocada nos principais locais de passagem desses turistas, como sejam, postos de informação de turismo, centros de receção e informação do IFCN no Pico do Areeiro, Queimadas, Rabaçal, Ribeiro Frio e ainda no Jardim Botânico da Madeira Eng. Rui Vieira. Essa mesma informação com o apoio da empresa detentora do autocarro será disponibilizada no Aerobus.
Será reforçada essa informação nos espaços naturais, e nas entradas dos principais percursos pedestres com a colocação de placas informativas.
Ao nível da fiscalização, esta será ainda mais atenta por parte quer do Corpo de Polícia Florestal (CPF) quer do Corpo de Vigilantes da Natureza (CVN), tendo o IFCN no âmbito do protocolo estabelecido no passado com o Comando Operacional da Madeira (COM), garantido várias ações noturnas de fiscalização conjuntas entre o CPF e os militares do COM utilizando drones adaptados com tecnologia que permitem detetar qualquer fogueira ou permanência indevidas nos espaços naturais.
Da parte do IFCN, tudo faremos para que este tipo de comportamento ilegal e perigosos de utilização de fogo seja banida, ainda mais existindo registo de incêndios em espaço natural provocados no passado por fogueiras deste tipo.