Assumindo a grande importância do mercado Alemão e o efeito de contágio para as outras economias não apenas as europeias, esta situação requer uma análise cuidada de forma a adotar medidas para enfrentar uma eventual recessão que poderá aí vir, apesar de ainda não estar prevista nos próximos tempos qualquer contração da economia portuguesa.

A juntar à recessão alemã temos também a situação governativa espanhola face a uma certa incerteza sobre a formação do novo governo e de uma desaceleração do crescimento económico relativamente a 2022.

A Alemanha representa em termos de exportações portuguesas 10,9% e Espanha 26%. Quando a economia de alguns dos nossos maiores parceiros comerciais entra em contração é de todo expectável que por contágio a economia portuguesa venha a sofrer alguns efeitos.

A par das exportações portuguesas e dos mercados emissores de turismo, outro aspeto muito importante prende-se com o Investimento Direto Estrangeiro que é feito em Portugal por estes países, nomeadamente a Alemanha através do seu cluster tecnológico e automóvel, com um valor acrescentado muito elevado, através de multinacionais como por exemplo a VW/ Autoreuropa, Bosch, etc.

Relativamente à Madeira a situação que nos merece maior cuidado e atenção prende-se com os mercados emissores de turistas e admitindo que a par da Alemanha, mais alguns países entrem em recessão ou sofram abrandamento nos seus crescimentos económicos, a solução deverá ser diversificar, como tem vindo a ser feito, os mercados emissores de turistas para a Madeira, como por exemplo o mercado norte americano que tem um alto poder aquisitivo.

No ano de 2022, o mercado alemão representou 24,6% dos turistas da Madeira, superior aos turistas nacionais que representam 17,8%. Face a s estes valores e considerando o facto que a Alemanha entrou em recessão técnica no primeiro trimestre de 2023, será prudente adotar medidas preventivas e mitigadoras para uma eventual e previsível redução de turistas alemães na Região.