Transcorrido que está, para a grande maioria de nós, o período de férias é hora de balanço, de reprogramar a nossa vida, a nossa agenda, as nossas prioridades.
O período de descanso permitiu-nos "apreciar a soleira do instante", conversar e a tentar alcançar o que a vida espera de nós, de si, de mim!
Vamos assistindo ao pulsar da sociedade…, da vida e teimamos em não desemaranhar o novelo que alguém emaranhou…, torna-se tão mais fácil observar, sem que nos comprometamos com um afeto, com um sorriso, com um trabalho, com uma opinião que é fruto do discernimento e que procura o bem comum…, evitando até as zangas que nos auxiliam a encontrar o caminho!
Quantas vezes se torna preferível nada dizer ou nada fazer para que não sejamos mal interpretados, para que não haja azedume ou "ranger de dentes".
A verdade é que a vida, o mundo, exige que não sejamos um "nim", ou seja, uma pessoa que não diz "sim", nem diz "não", que apenas diz "não sei", escudando-se numa aparente ou consciente indiferença, porquanto tudo se torna mais fácil assim!
Recordemos a determinação de Marie Curie, a primeira mulher a receber um prémio nobel, e a vida da Santa Madre Teresa de Calcutá que pelas suas obras (com as suas gotas de amor) mostrou ao mundo o tamanho da sua fé, bem como a vida de tantas mulheres e homens que colocam o melhor de si na realização das suas simples tarefas diárias. Pessoas comprometidas que transformam as suas fragilidades em grandes momentos de oportunidade, de contribuir para um mundo melhor.
Não existem heróis, nem heroínas, apenas pessoas que aprendem que "a coragem não é a ausência de medo, mas, sim, o triunfo sobre ele. Corajoso não é o que não tem medo. É aquele que o consegue ultrapassar."
Não olvidemos que na atualidade deparamo-nos com a destruição dos recursos naturais, e com as consequentes alterações climáticas, com os conflitos, com as guerras que vitimizam, sobremaneira, os que pouco ou quase nada têm. Acresce a pobreza, a violência praticada sobre as mulheres, a ausência de transparência, a corrupção que mina as mais elementares regras de uma democracia.
A verdade é que cada pessoa encerra em si a possibilidade de contribuir para o dito mundo melhor, sem que necessite de grandes feitos! Nos simples gestos e nos corações mais puros (aqueles que com humildade se aproximam e escutam o próximo) reside a grande possibilidade de mover, de transformar a nossa sociedade. Quantas vezes as pequenas verdades nos surgem pela boca de pessoas tão anónimas e que constituem autênticas lições de vida…, mas que acabam por ficar esquecidas!
Que nunca deixemos de nos comprometer, de pugnar por um mundo, por uma sociedade, por uma Região, e por uma profissão, que pode e deve ser, sempre, mais e melhor, com total respeito por cada pessoa, pela instituição, pelo país!
Daí que seja tão importante e essencial exercer o direito de voto, no próximo dia 26 de setembro, de participar na escolha dos nossos políticos, para que possamos, construtivamente, "exigir", "políticas com princípios,… riqueza com trabalho, sabedoria com caráter e negócios e estratégias com transparência" e, assim, auxiliar os governantes, os autarcas, a desemaranhar o novelo da vida, de todos e de cada um de nós, com o fito de construirmos uma sociedade mais justa e pronta a exercer o ministério do serviço, do servir!
Que setembro nos leve a dizer como Mário Quintana "Nada jamais continua, / Tudo vai Recomeçar".