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Artigo de Opinião

14/10/2024 07:30

A “política” em Portugal, hoje, como noutros países, parece em queda livre.

Antes e depois do 25 de Abril, muito se falou e fala de Democracia.

Ainda se festeja a destruição popular do Muro de Berlim (1989) e a derrota do imperialismo marxo-fascista da União Soviética. Mas uma alegria já não em termos da vitória IDEOLÓGICA do Primado da Pessoa Humana e dos consequentes Direitos, Liberdades e Garantias.

Festeja-se a derrota do fascismo soviético em termos de “oportunidade de negócios”.

A burguesia inculta, tanto a mais capitalista, como a mais virada quase em exclusivo para o consumismo, encontraram na filosofia do Relativismo o conforto psicológico que lhes permite justificar e autojustificar todas as enormidades que se permitem praticar.

Enormidades que, sob uma propaganda de falsa “libertação” e de falsa “humanização”, outra vez e por todo o mundo fazem recuar a Esperança num tempo novo, legitimamente perspectivado quando dos acontecimentos do final do século XX.

Agarrada ao consumo e ao acautelar dos votos, onde estes ainda são viáveis livremente, a burguesia não dá a devida atenção à transformação planetária em curso. Parece indiferente à nova bipolarização que já não é entre bloco capitalista e bloco comunista.

Agora, os militantes que restam ao marxo-fascismo, são aliados de muitos outros diversos inimigos das Liberdades democráticas. São todos um grande “albergue espanhol” onde se juntaram fanáticos religiosos, ditaduras militares, cleptocracias que no Terceiro Mundo roubam os respectivos Povos, fascismos comunistas e seus sobreviventes nos restantes países, populismos analfabetos, e até “neutralismos” covardes.

Deste lado, está o chamado “mundo ocidental”, muito doente.

Doente, porque não tem, logo não difunde, uma Doutrina cuja coerência, fundamentação e seriedade convençam.

Doente, porque imediatista, sem planeamento inteligente do futuro, só pensa nos “votos”.

Doente, porque desarmado, à espera que o militarmente mais forte se encarregue da Defesa de todos.

Doente, porque não entende, ou levianamente finge não perceber, que o resto do mundo não democrático NOS ODEIA por razões históricas, de inveja e de opções políticas totalitárias. E, assim, vem-se preparando militarmente, com paninhos quentes e pézinhos leves, para nos engolir.

Enquanto por cá não se aceita a antecipação de engoli-los primeiro, se esta situação continuar a se agravar. Por cá, defende-se a cedência, ou mesmo a rendição.

Nem valerá a nossa Acção Psicológica porque, do outro lado, as máquinas de propaganda são de pensamento único, não há acesso de comunicações e somos apresentados como “decadentes” e mesmo “promíscuos “.

O que nalguns casos até é verdade, como no dos zoocratas que permitem votos parlamentares de pesar por um bicho.

Ora esta conjuntura ocidental é preocupante também no que toca a Portugal.

A Democracia transformou-se em partidocracia. O poder soberano do Povo, por urdidura do Sistema Político, foi transferido para poder dos Partidos.

Sem alguém ser candidato por um Partido ao Poder Legislativo, não pode participar neste seu legítimo Direito cívico.

Depois, vários que não são os melhores Cidadãos que o País tem, perceberam que assaltando e tomando os Partidos por dentro, não necessitavam de arriscar no voto popular - que normalmente não lhes seria dado - para atingirem as respectivas ambições. O Partido, ocupado desta maneira, fazia-os candidatos sem o perigo da concorrência de outros melhores.

E não se fica por aqui.

Porque a mediocridade é insaciável, estas máquinas de poder viciadas, necessitam de dinheiro para propaganda e para “comprar votos”. Hoje, com o aperfeiçoamento tecnológico, com massas populares mais amorfas, e com a inflação, sai muito caro.

E recorrem ao Capital. Quando poder político e poder económico devem estar rigorosamente separados, comprovado que está ser assim que obtêm melhores resultados.

Logicamente que o Capital, muitas vezes camuflado pelas “sociedades secretas”, em circunstâncias destas sente ter de exercer um controlo na situação criada com o uso dos seus dinheiros, embora levianamente esquecendo que a corrupção é insaciável, e que será a primeira a enterrá-Lo quando parar com as benesses.

Da Democracia havia-se passado à partidocracia.

Agora, nesta conjuntura, da partidocracia passa-se à plutocracia.

Mas, para o exigido domínio da situação política - uma aparente “estabilidade” que não passa de situacionismo - não pode fugir um controlo seguro das massas humanas.

Pelo que é estruturado um forte intervencionismo do Estado, mesmo que os políticos se digam adversos ao “socialismo”, estabelecendo-se uma teia de fortes dependências das decisões da Administração Pública.

A par da plutocracia, vive a burocracia.

E o controlo das massas humanas é mais apertado quando a própria burocracia é construída por pessoas que têm necessidade dos respectivos empregos e que, infelizmente, as suas perspectivas futuras limitam-se a uma “promoção”, porventura mais rápida se forem diligentes na construção da subsídio-dependência.

O Estado Social colapsa e dá lugar a uma sociedade cujas dependências sossegam a plutocracia, servem a burocracia e elegem a partidocracia.

É o suicídio da Democracia por muito “mundo ocidental”.

Suicídio que envolve a eliminação das classes sociais com maior e mais livre capacidade de PENSAR, as quais constituem a Classe Média.

Esta, como em Portugal, vê os seus salários cada vez mais próximos do “salário mínimo nacional”, o que é útil aos poderes de facto aqui mencionados. Útil, na medida em que os mais desfavorecidos sentem-se psicopatologicamente felizes porque são “iguais” à Classe Média nesta pobreza de todos.

Classe Média destruída. Proletariado enfiando os jogos de uma sociedade em decadência desde o início do século actual. Partidocratas no poder. Plutocracia a dominar a partidocracia.

Eis um mundo e países que se desmoronarão.

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