Ser ou não ser, eis a questão. Ou, como diria Hamlet no monólogo da primeira cena do terceiro ato da peça com o mesmo nome escrita por William Shakespeare, ‘To be or not to be, that is the question’. Uma das mais famosas frases da literatura mundial que, segundo mr. Google, ‘é frequentemente usada como um fundo filosófico profundo’. Bem, não será este o caso, ou... será ou não será?! Enfim, ‘ser ou não ser eis a questão’. É que é mesmo!
Atente-se neste exemplo que por vezes oiço, inclusive por conhecidos meus - não amigos. ‘Eu não vou à bola porque não gosto do treinador’, ‘Eu não vou à bola porque não gosto do jogador x’, ‘Eu não vou à bola porque não gosto do equipamento alternativo’, ‘Eu não vou à bola porque não gosto do presidente’... Ora quem pensa e fala assim é desse clube?! Sou de um clube, mas não apoio porque não gosto deste ou daquele?! Há uns quantos assim, na verdade. E esses são ou não são do clube, gostam ou não do clube... ou gostam do clube por outras coisas?! Aí está: ser ou não ser, eis a questão! Aqui é.... não ser! Que raio de adepto sou eu, que raio de amor tenho por um clube se não vou apoiar, não estou presente porque não gosto do presidente?! Ou do treinador?! Ou do jogador?! Ou do médico?! Ou do apanha bolas?! Ou do... raio que o parte!
Ainda no campo da bola onde há tanto ‘ser ou não ser’... Neste apontamento junte-se apenas uma frase bem recente, ouvida a propósito do Santa Clara-Marítimo: Dérbi insular! Dérbi?! O que é isso?! Sem necessidade de consultarmos o que quer que seja, sabemos que dérbi vem do inglês derby, nome dado à mais importante e tradicional corrida de cavalos. Foi adaptado ao encontro desportivo entre duas coletividades da mesma cidade ou da mesma zona geográfica. Jogo entre açorianos e madeirenses é um dérbi?! Ser ou não ser, eis a questão. Neste caso é não ser... Já agora, Derby (também) é uma cidade da região leste da Inglaterra que fica nas margens do Rio Derwent e faz parte do condado de Derbyshire. É daí o conhecido Derby County.
Ainda no futebol, João Félix marcou no último domingo pelo Barcelona um golo (o da vitória por 1-0) ao Atlético Madrid, clube que emprestou o português ao clube catalão, o tal que ‘é més que un club’. Félix marcou, um belo golo por sinal, e festejou. Não exuberantemente, mas festejou. Afinal acabara de marcar um golo. E isso não é motivo para festejar? Claro que é! Se eu represento o clube ‘x’ tenho de dar o meu melhor por esse clube ‘x’ e festejar por esse clube ‘x’. Sem exuberâncias, certamente, mas festejar! Aqui o ‘ser ou não ser, eis a questão’ resume-se a.... ser!
‘Natal é quando um Homem quiser’, escreveu José Carlos Ary dos Santos in ‘As Palavras das Cantigas’: ‘Natal é em Setembro É quando um homem quiser. Natal é quando nasce uma vida a amanhecer. Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher’. Pois... Compreende-se a mensagem, recheada de ‘espírito natalício’! E aplaude-se. Mas será que poderemos ampliá-la, a mensagem, a outras coisas boas da vida?! Uma poncha na Placa Central ou uma sandes de carne de vinha d’alhos em qualquer tasca ‘próxima de nós’ tantas e tantas vezes acontece ao ano que parece sempre Natal... Mas, as ‘luzinhas’ que dão outro brilho à cidade e arredores...?! E um presente no ‘sapatinho’ em todas as manhãs ao despertar...?! Ser ou não ser, eis a questão. Ser Natal.... Afinal, confesso, o bolo de mel sabe sempre bem, seja ou não num dia qualquer de Dezembro!
Boas Festas!!!”