Nada de novo se viu e ouviu no congresso do PS-M. Os discursos que escutei mostram que o PS-M continua a não perceber a razão das suas derrotas sucessivas nos 46 anos que passaram desde o início da Autonomia. O seu maior pecado é a subserviência ao PS nacional e a incapacidade de se afirmar como um partido que defende a Autonomia e os direitos dos Madeirenses em primeiro lugar.
Da titubeante intervenção do "novo", sem provas dadas, líder, não se percebeu qual o modelo alternativo de governação da Madeira que o PS-M defende. Mais uma vez, ideias vazias, princípios ocos e frases comuns. A única ideia que
transparece é que têm um desígnio: substituir o PSD-M no poder, apenas porque já é "altura", como se esse argumento fosse suficiente para convencer os eleitores.
A gritante falta de ideias, de projeto, faz com que o PS-M se tente agarrar a alguns números que encontra nos jornais, martelando no tema da pobreza e da redução populacional.
Quanto ao primeiro assunto, já aqui escrevi no último artigo que não basta repetir "ad nauseam" que a Madeira apresenta a taxa de risco de pobreza mais alta do País. É preciso olhar para toda a trajetória desde que existem dados, e como pode ser facilmente comprovado, aquela evidencia uma tendência decrescente na RAM, exatamente o contrário do que sucede no País, ou seja, estamos no rumo certo em termos de combate a esse flagelo social. Também referi que outras regiões com caraterísticas semelhantes à Madeira, como as Canárias têm um desempenho pior no que respeita àquela taxa.
Estes dados também permitem outras leituras não só relativamente à pobreza, mas também das desigualdades (menores na Madeira que no País), mas o PS-M, pelos vistos, tem dificuldade em aprofundar a análise, não sei se por incapacidade ou se por conveniência.
Quanto á diminuição da população residente, deve ser efetivamente uma preocupação da Região, mas igualmente do País e de muitos outras nações desenvolvidas, dado que este é um problema das sociedades modernas, das quais felizmente fazemos parte.
Ora, também neste caso o PS-M não faz ideia de como enfrentar a questão demográfica, ao contrário do que quem assistiu ao congresso do PSD-M pode constatar, pois uma das moções apresentadas, inclusivamente apresentada por mim, foi dedicada a esta matéria, a qual foi aprovada por unanimidade.
Perdidos no complexo mundo dos números, os socialistas locais esquecem-se que aqueles servem para avaliação e diagnóstico, não sendo um fim em si mesmos, e que sem se apresentarem ideias válidas que possam ser implementadas, o PS-M continuará a não ser alternativa aos competentes governos do PSD-M.
Para ajudar a esclarecer e alargar o espectro de análise do vasto mundo das estatísticas, aqui vão alguns dos resultados dos últimos governos do PSD-M, com base em informação oficial do Instituto Nacional de Estatística e da Direção Regional de Estatística da Madeira:
- Maior Produto Interno Bruto por habitante de sempre (2019);
- 82 meses consecutivos de crescimento económico (junho 2013-março 2020);
- Sete anos consecutivos de saldo positivo orçamental (2013-2019);
- Mais baixa taxa de desemprego desde 2011 (1.º trimestre de 2020);
- Número de população empregada mais alto de sempre (1.º trimestre de 2020);
- Maior valor na transação de alojamentos familiares de sempre (2020);
- Taxa de abandono escolar precoce mais baixa de sempre (2021);
- Número de médicos por habitante mais alto de sempre (2020).
Estes são alguns dos indicadores demonstrativos da evolução da nossa Região e das políticas desenvolvidas e que traduzem os resultados alcançados pela governação do PSD Madeira.