O ADN defende, em comunicado, que a cultura não pode ser vista “como algo acessório, de importância secundária na afirmação regional ou nacional, uma figura ornamental, que recolhe as sobras do Orçamento Regional”.
O partido afirma que para “a política dominante”, a cultura “tem sido um epifenómeno, uma abstração que se resume a pequenos investimentos e à dádiva de meia dúzia de subsídios, sem uma estratégia de longa duração que preserve o essencial do Património que identifica a Região Autónoma da Madeira”.
Por sua vez, o ADN considera a cultura “um direito inalienável” e afirma que promoverá uma política cultural “que leve à defesa intransigente do nosso arquipélago”. “Assumimos a cultura como um direito de cidadania e um recurso económico, reconhecendo o investimento público neste domínio como um incentivo à receita, interrompendo o hábito político de olhar as suas valências pelo lado da despesa”, expressa Miguel Pita, cabeça de lista pelo partido às eleições regionais.
O ADN defende, deste modo, a proteção e valorização do património, “conservando e melhorando os diferentes patrimónios e tornando-os acessíveis; o apoio à criação artística, atribuindo apoios aos artistas; o ordenamento do território e o reequilíbrio cultural, consolidando o tecido dos equipamentos coletivos e favorecendo a emergência dos locais de proximidade (museus, salas de espetáculos, bibliotecas); a educação artística e cultural, favorecendo a formação em matéria cultural e artística; ajudas ao funcionamento das escolas de música e de artes plásticas”.
O partido considera, ainda, “importante o investimento na requalificação do património histórico nacional e regional, em todos os domínios, desde a reabilitação de centros históricos e monumentos, por forma a construir redes regionais de conhecimento e atração de interesse turístico interno e externo; a proteção e divulgação de todas as expressões culturais regionais, arquitetónicas, paisagísticas, artísticas, etnográficas, gastronómicas, com o propósito de democratizar a cultura em todo o arquipélago da Madeira; a criação de uma verdadeira política de museus e, no domínio das artes, uma política que presentifique, conserve e projete a cultura portuguesa, madeirense e porto-santense; medidas que garantam o valor patrimonial das ‘artes efémeras’, assegurando a memória e a originalidade, como os roteiros gastronómicos, vitivinícolas e a promoção do turismo rural”.
“A cultura é quem nós somos e o que desenha a nossa identidade. É mais do que um dever colocar a cultura no coração das políticas de desenvolvimento e a única forma de garantir um desenvolvimento centrado no ser humano que seja inclusivo e equitativo, contrariamente ao que é praticado pelo nosso governo. A cultura foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia e um dos primeiros segmentos sociais paralisados. A crise da economia na cultura levou a centros culturais paralisados e, logo, sem recursos financeiros; trabalhadores da cultura desassistidos em precárias condições de vida e de sobrevivência”, afirma Miguel Pita.
Em suma, o ADN “deseja promover urgentemente medidas adequadas que apoiam a cultura da nossa Região, e do património cultural que é nosso dever proteger”.