A Madeira já não registava um valor de taxa de risco de pobreza tão baixo, desde 2017. Segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), a taxa de risco de pobreza calculada com a linha de pobreza nacional atingiu os 19,1% em 2023, na Região.
No País, este indicador fixou-se nos 16,6% (menos 0,4 pontos percentuais (P.P) face a 2022. A Madeira aproxima-se, assim, do todo nacional, com menos 5,7 p.p. do que em 2022.
No que concerne à taxa de risco de pobreza ou exclusão social, referente aos rendimentos de 2023, esta fixou-se na Região, em 2024, nos 22,9%, refletindo uma diminuição de 5,2 pontos percentuais (p.p) comparativamente a 2023.
Os indicadores hoje conhecidos revelam que este é o valor mais baixo alguma vez registado desde que o Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos das Famílias (ICOR) tem representatividade regional. Ou seja, 2017.
Já os Açores registaram o valor mais alto (28,4%) entre as regiões portuguesas, seguindo-se a Península de Setúbal (21,8%) e o Norte (21,0%) com taxas de risco de pobreza ou exclusão superiores à média nacional.
Taxa de privação material e social severa cai pelo quarto ano consecutivo
Ainda de acordo com a informação publicada pelo INE e pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), a taxa de privação material e social severa foi de 5,4%, na Madeira em 2024, assinalando-se uma diminuição de 0,9 p.p. face a 2023.
Este é o valor mais baixo da série disponível (desde 2015). No País, esta taxa fixou-se em 4,3%, tendo recuado 0,6 p.p..
Ana Sousa, secretária regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, regista com agrado esta diminuição, recordando, contudo, que estes indicadores são muito voláteis e dependentes de conjunturas alheias à Região. A governante garante que o Governo Regional vai continuar a trabalhar para melhorar as condições de vida dos madeirenses, conforme tem vindo a fazer.
Desigualdade de rendimentos em queda
O coeficiente de Gini assumiu, em 2023, na Madeira, o valor de 31,1%, com uma diminuição 1,6 p.p. face ao ano precedente.
Ao nível nacional, o coeficiente do Gini registou uma diminuição de 1,8 p.p., estando a Madeira entre as regiões do País com menor desigualdade de rendimentos.
Apenas a Região Oeste e Vale do Tejo (28,8%), o Alentejo (30,0%) e o Centro (30,2%) apresentam um coeficiente de Gini inferior ao da RAM. A Região Autónoma dos Açores é a que apresenta maior assimetria (33,8%), seguida pela Grande Lisboa (32,9%).