O líder da IL, Rui Rocha, responsabilizou hoje o PSD pela situação na Madeira ao insistir numa “solução absolutamente desgastada” e sem padrões de exigência já que, em oito membros do Governo Regional, cinco eram arguidos.
“Quero sublinhar que a responsabilidade principal da situação na Madeira é do PSD. Aliás, a senhora ministra da Justiça nos últimos dias apresentou um pacote anticorrupção e a minha pergunta é se esse pacote vai ser ou não aplicado na Madeira, porque na Madeira parece haver regras diferentes”, criticou, em declarações aos jornalistas, Rui Rocha, reagindo assim à aprovação da moção de censura que faz cair o Governo Regional.
O líder da IL sublinhou que era “absolutamente insustentável” um Governo Regional em que, em oito elementos, cinco membros eram arguidos, em oito.
“Essa responsabilidade é uma responsabilidade exclusiva do PSD que insiste nesta situação e, com grande espanto, eu vejo o próprio PSD nacional, o secretário-geral, Hugo Soares, do PSD, a fazer declarações que considero absolutamente inapropriadas”, condenou,
Para Rui Rocha, a “responsabilidade está no PSD” porque “insiste numa solução que está já absolutamente desgastada e não corresponde ao mínimo de padrão de exigência, que deve ser posto em funções governativas, neste caso, funções governativas regionais”.
A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje, por maioria, a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque, o que implica a queda do executivo.
O documento recebeu os votos a favor de toda a oposição - PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos reúnem 26 eleitos, ultrapassando assim os 24 necessários à maioria absoluta -, enquanto o PSD e o CDS-PP (que tem um acordo parlamentar com os sociais-democratas) votaram contra.
A aprovação da moção de censura, uma situação inédita no arquipélago, implica, segundo o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.