O JPP volta a acusar a GESBA, desta feita de “escravizar” os agricultores “ao não atualizar o preço na banana de inverno”.
A denúncia chegou ao partido “pela voz dos próprios agricultores, que se muniram de documentos comprovativos da banana entregue em novembro na GESBA – Empresa de Gestão do Setor da Banana, Lda., e do valor pago pela empresa pública”.
Segundo o JPP, “os agricultores não calam a revolta” e dizem-se “cansados” de serem “constantemente escravizados e desvalorizados” pelo Governo Regional de Miguel Albuquerque e pela secretária regional da Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes.
Miguel Ganança recebeu dos agricultores “provas irrefutáveis” de que a GESBA paga em 2024 pela banana de I e II categorias “metade do valor que pagavam as cooperativas há 18 anos”.
“É inadmissível”, frisa. “O dinheiro que a GESBA gere é para desenvolver o setor e pagar um valor justo aos agricultores. Estamos em presença de uma gestão ruinosa que condena o agricultor à miséria e à escravidão, recebendo hoje da empresa pública menos do que recebia há 18 anos. Basta consultar as faturas de 2006 para verificar que as cooperativas pagavam, por exemplo, pela banana de I categoria 0,51€ Kg e atualmente a GESBA desembolsa 0,26€ Kg.
“É uma gestão completamente inconcebível, um modelo de produção em que a grande fatia dos lucros nunca chega aos agricultores, e é esbanjada em despesas supérfluas e de funcionamento”, frisa.
Para desmistificar a tese governamental da “boa gestão” da GESBA e exemplificar que o trabalho de investigação do JPP baseia-se em factos, Miguel Ganança socorre-se do próprio relatório de gestão da empresa pública: “A GESBA teve em 2023 um resultado bruto negativo de aproximadamente 550 mil euros”, precisa, para citar outro número do relatório: “Os gastos com pessoal, entre 2022 e 2023, aumentaram 27%, isto é, cerca de 1,5 milhões de euros.”
O deputado do JPP diz que “o investimento em pessoal para trabalhar é bem-vindo, a valorização das carreiras de quem trabalha é louvável”, mas o partido desconfia da utilidade da maioria das contratações feitas. “Os números do próprio relatório da GESBA são irrefutáveis, revelam o grau de gestão danosa e o quanto esta empresa pública tem sido altamente prejudicial aos agricultores”, refere.
Tal como afirmou sábado o líder do JPP, Élvio Sousa, no final de uma reunião com militantes para avaliar as principais linhas do Orçamento da Região para 2025, também Miguel Ganança diz que “as empresas públicas, como a GESBA, não podem servir para albergar refugiados políticos do PSD”.