O ex-presidente da Câmara do Funchal aborda diferentes cenários e “descansa” cidadãos, trabalhadores e empresas. “A Madeira só pára se houver má vontade de quem está em governo de gestão”.
A posição de Miguel Silva Gouveia acaba de ser publicada em jeito de esclarecimento contra as opiniões mais drásticas sobre o que pode resultar do atual momento de crise política.
“Entre os anúncios de cenários alarmistas, que vão servindo propósitos poucos claros, foram lançadas a possibilidade de empresas fecharem, de falta de pagamento de salários a trabalhadores, de obras que estão no terreno pararem, de perda de fundos europeus, do não lançamento de concursos públicos, entre outros prognósticos de encher o olho”, começa por escrever Gouveia.
Depois explica, na sua opinião, o que pode acontecer nos planos judicial, orçamental, administrativo e político.
No primeiro campo, admite o risco de “o juiz determinar, como medidas cautelares, a suspensão de algum dos projetos sob os quais podem recair suspeitas fundamentadas de crime nos processos de adjudicação”.
Sobre o Orçamento, lembra que foi decisão do atual governo adiar esse documento de dezembro para fevereiro. E foi também deste governo a decisão de retirar da discussão da ALRAM essa matéria que estava prevista para esta semana. Acrescenta ainda que o regime de duodécimos não pode travar as despesas de projetos com fundos europeus ou compromissos já assumidos e conclui: “É absolutamente falso que, não ter orçamento aprovado, possa a Madeira vir a perder fundos comunitários ou que os projetos em curso venham a ter atrasos de pagamentos de faturas.”
Sobre a questão administrativa, o vereador da CMF admite o efeito psicológico que este tempo representa na administração pública e defende uma maior valorização dos funcionários.
Do ponto de vista político, Miguel Silva Gouveia pede o fim de qualquer discurso de medo e explica porquê: “Com a experiência de ter governado uma câmara com dois orçamentos chumbados por PSD e CDS, não virá mal ao mundo se só tivermos Orçamento Regional aprovado no segundo semestre deste ano.”
Por fim, fica um registo de esperança. “Descansem os trabalhadores das empresas, descansem os funcionários públicos, descansem os empresários, descansem os investidores, descansem os madeirenses, porque a Madeira só pára se houver má vontade de quem está em governo de gestão.”