Paulo Cafôfo deixa bem claro que o PS-Madeira não confia em Miguel Albuquerque e no PSD e, como tal, avisa que os socialistas não irão negociar com aqueles em quem não confiam.
Em resposta ao repto lançado hoje pelo secretário regional Jorge Carvalho, o líder do PS-Madeira salienta que o lugar certo para discutir o Orçamento Regional é na Assembleia Legislativa, assegurando que o partido não irá participar em reuniões de negociação e que é no palco parlamentar que pretende debater o documento. Afiança, contudo, que é aos partidos que viabilizaram o Governo de Miguel Albuquerque que cabe a sua aprovação.
Numa postura coerente com as posições que o PS tem vindo a assumir, Paulo Cafôfo lembra que os socialistas não aprovaram o Programa de Governo nem deram o voto de confiança a Miguel Albuquerque e ao PSD, não só por causa dos processos judiciais em curso e que envolvem grande parte dos membros do Executivo, mas também porque esse mesmo programa não apresenta as medidas que se impõem para resolver os problemas dos madeirenses e porto-santenses e porque, como já vem sendo seu apanágio, Miguel Albuquerque nunca cumpriu aquilo que prometeu nos sucessivos Programas de Governo, nem executou os orçamentos aprovados no Parlamento.
O líder socialista recorda também que, aquando da discussão do Orçamento Regional para 2024, o PS absteve-se na votação na generalidade, apresentando propostas de alteração e dando o benefício da dúvida ao PSD para que as acolhesse, mas todas elas foram chumbadas, o que revela que “o PSD nunca quis saber do PS”.
Tendo em conta este historial, Paulo Cafôfo adianta que “se o Governo Regional agora está aflito, tem de se entender com os partidos com os quais fez acordos e negociou a integração de propostas no Programa de Governo”. “Esses partidos é que têm de aprovar o Orçamento”, disse, frisando que “o PS não confia em Miguel Albuquerque e no PSD” e “não negocia com aqueles em quem não confia”.
O líder socialista reafirma que o lugar indicado para discutir o Orçamento é na Assembleia e garante que não foge ao debate. Aliás, salienta que foi por entender que o documento previsional deve ser debatido que o PS deu a oportunidade ao PSD e aos partidos que viabilizaram o Programa de Governo de o aprovarem. “São esses partidos que têm essa responsabilidade”, reforça.
Cafôfo volta ainda a deixar bem vincada a decisão do PS de votar favoravelmente a moção de censura ao Governo de Miguel Albuquerque, cuja discussão está agendada para o próximo dia 17 deste mês.