Edgar Silva, no final da reunião da Direção Regional do PCP, realizada no Funchal neste sábado, criticou aquelas que considera serem “fraudes políticas da atual governação”, apontando a “derrapagem financeira” nas obras de construção do Novo Hospital da Madeira como “um dos casos mais escandalosos”.
Numa reunião que analisou o quadro político na Região Autónoma da Madeira, das conclusões, o Coordenador Regional do PCP/Madeira afirmou que “os três principais objetivos dos projetos de desenvolvimento regional definidos pelo governo de Miguel Albuquerque tão cedo não terão concretização, e correspondem a fraudes políticas que comprometem o futuro desta Região Autónoma”.
De acordo com Edgar Silva, “nenhum dos três maiores objetivos desta governação, apoiada pelo CDS, e que tem contado com a legitimação parlamentar garantida pelo PAN, Chega e IL, terá concretização. Nem a conclusão, dentro dos prazos inicialmente previstos, da construção do Novo Hospital da Madeira; nem a resolução do problema da habitação; nem a aprovação de uma nova Lei das Finanças Regionais, terão nos próximos tempos concretização. Por isso, a cada uma destas fraudes políticas correspondem duros golpes contra o interesse público e contra objetivos do desenvolvimento humano e social das populações”.
Sobre as obras do Novo Hospital da Madeira, “como se não bastassem os atrasos e incumprimentos, em tempo útil, dos prazos e etapas do projeto inicialmente aprovado, soma-se agora a certeza de que há uma derrapagem financeira. A obra, que tinha custos previstos que rondavam os 350 milhões de euros, poderá chegar aos 600 milhões de euros. Estaremos em face de uma situação escandalosa de descalabro no uso de dinheiros públicos”, disse.
Adiantou ainda Edgar Silva que “importa alertar para o facto de que esta inaceitável derrapagem financeira não se fica a dever à revisão de preços, não resulta do aumento dos preços dos materiais de construção. Da revisão de preços, quando muito, os encargos levariam a que a obra do Novo Hospital se aproximasse dos 400 milhões de euros. Ou seja, o que está em causa é a montagem de um esquema para que os dinheiros públicos sirvam interesses instalados. Há, sim, uma engrenagem instalada para que a gigantesca derrapagem financeira nas obras do Novo Hospital da Madeira favoreça interesses estranhos ao interesse público”.
Segundo o dirigente do PCP, “passar da casa dos 300 milhões de euros para valores na casa dos 600 milhões de euros é uma das fraudes políticas que, pela escalada da derrapagem financeira, não só deveria ter consequências políticas, como também deveria requerer uma intervenção urgente por parte do Ministério Público”.
Para o PCP/Madeira, “desta imensa fraude política, para além dos adiamentos na construção do Novo Hospital e do seu descontrole financeiro, o problema da habitação , em vez de ter resolução, não cessa de conhecer maiores agravamentos. A luta pelo direito à casa digna é hoje um problema de justiça social, como é um dos dramas sociais com maior expressão sociológica nesta Região. Esta é mais uma das fraudes políticas da atual governação”.
Afirmou ainda Edgar Silva que “outra das fraudes do governo PSD/Madeira e dos seus apoiantes no Parlamento, é a falsa promessa de solução para os meios de financiamento para as Autonomias. Nem haverá tão cedo uma nova Lei de Finanças Regionais, nem a Região Autónoma terá nos próximos tempos os meios adequados para responder a necessidades de desenvolvimento. Esta é mais outra das fraudes políticas do governo presidido por Miguel Albuquerque”.