Após as boas-vindas à Primavera, eis que surge um clima invernoso e inclemente que, abruptamente, se abateu sobre a África do Sul durante três dias, fustigando em particular a província de Kwazulu-Natal.
Não é incomum serem registadas frentes frias nesta época do ano, que geralmente ocorrem em temporadas de transição, entre meses de setembro e outubro. Mas desta vez, a queda da temperatura foi abrupta e significativa.
Várias autoestradas ficaram intransitáveis devido à intensa queda de neve, obrigando as equipas de gestão de desastres a trabalharem até à exaustão e em condições de risco e sob uma forte pressão para prestar assistência e resgatar utentes presos nas vias, onde se encontravam atolados e imobilizados devido ao nevão e expostos a temperaturas extremamente baixas.
A autoestrada N3, que liga Joanesburgo a Durban, foi gravemente afetada por este cenário e vários trechos foram encerrados e até rotas alternativas evidenciaram-se intransitáveis.
Centenas de pessoas foram resgatadas, tendo muitas passado a noite no interior de veículos. Os serviços de emergência estiveram até às 19h00 de ontem a resgatar pessoas presas nos seus automóveis por períodos superiores a treze horas, a maioria das quais sem alimentos e sem água, o que potenciou alguns casos de hipotermia.
Pelo menos um óbito foi registado, referente a uma mulher e em consequência de uma exposição excessiva a temperaturas extremamente baixas.
Camiões de grande porte estiveram presos em autoestradas desde sexta-feira e autocarros de transporte coletivo de passageiros viajavam entre províncias ficaram presos em estações de serviço durante mais de sete horas. Em algumas áreas afetadas, a neve atingiu dois metros de altura.
Uma massa de ar gelado cobre ainda o país com temperaturas muito abaixo da média para esta época do ano e a queda de mais neve, gelo e chuva coloca riscos adicionais à segurança rodoviária.