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Floyd: Procurador acusa polícia Derek Chauvin de "uso excessivo de força"

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Data de publicação
29 Março 2021
17:10

O procurador no julgamento da morte do afro-americano George Floyd acusou o polícia Derek Chauvin de ter "traído" o seu juramento profissional e de ter usado "força excessiva e irracional".

"Vamos provar sem sombra de dúvida que o senhor Chauvin está longe de ser inocente", disse Jerry Blackwell, advogado da entidade equivalente ao Ministério Público, na sessão de abertura do julgamento sobre do assassínio de George Floyd, que morreu asfixiado quando se encontrava sob escolta policial, em Minneapolis, em maio de 2020.

A acusação mostrou um vídeo gravado por transeuntes e divulgado nas redes sociais, que mostrou imagens de George Floyd a ser retirado do carro onde seguia sem resistir à polícia e, depois, um polícia a colocar o joelho no pescoço do detido e a pressioná-lo durante cerca de nove minutos, com o afro-americano a dizer que não consegue respirar, até ficar inconsciente.

As imagens deste vídeo - que se tornou viral nas redes sociais e se espalhou pelos meios de comunicação de todo o planeta - serão uma das provas essenciais da acusação contra Derek Chauvin, que é acusado de homicídio e homicídio agravado.

Na sua intervenção inicial, Jerry Blackwell admitiu que a polícia "faz um trabalho difícil e, às vezes, tem de tomar decisões numa fração de segundo", mas explicou que "este não foi um desses casos".

"Este caso durou 479 segundos. Não foi uma fração de segundo", disse o procurador, alegando que Chauvin "traiu o seu juramento profissional" e que usou "força excessiva e irracional", provocando a morte do afro-americano.

O julgamento ocorre sem audiência, devido à pandemia de covid-19, mas as sessões serão transmitidas ao vivo e é esperado que sejam seguidas através da televisão por muitos milhares de norte-americanos.

O veredito é esperado para o final de abril ou início de maio, sendo que os 12 jurados terão de decidir por unanimidade, sob pena de o julgamento ser considerado nulo.

A possibilidade de nulidade do julgamento ou de absolvição do acusado poderá desencadear novos tumultos em Minneapolis, à semelhança do que já aconteceu no final de maio do ano passado.

Os processos contra polícias por violência exercida no cumprimento das suas funções são muito raros, mas as condenações são mais invulgares ainda.

A câmara municipal de Minneapolis, que decidiu levar a cabo uma reforma profunda da polícia, aceitou, em meados de março, em pagar cerca de 23 milhões de euros por danos à família de George Floyd, como forma de fechar uma reclamação civil.

O advogado de Derek Chauvin criticou o acordo, que, segundo afirmou, pode influenciar os jurados.

Os outros três polícias envolvidos no caso - Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao - só serão julgados por "cumplicidade no homicídio" em agosto, também devido à covid-19.

Lusa

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