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Partido no poder na Hungria boicota sessão parlamentar sobre adesão da Suécia à NATO convocada pela oposição

Data de publicação
05 Fevereiro 2024
17:12

O parlamento húngaro reuniu-se hoje em sessão extraordinária a pedido dos deputados da oposição para inscrever na agenda a adesão da Suécia à NATO, mas a sessão foi boicotada pelo partido no poder.

Num hemiciclo quase vazio, o embaixador dos Estados Unidos em Budapeste, David Pressman, ocupou um lugar na galeria, ao lado de outros 14 representantes de membros da NATO, numa mensagem para pressionar a Hungria, o último país que ainda não ratificou a adesão.

Após a aprovação pelo parlamento turco em janeiro, a Hungria mantém-se o único país que não aprovou a entrada do país nórdico na aliança militar ocidental.

O dirigente nacionalista Viktor Orbán, que se tem demarcado da UE e mantido relações económicas com o Kremlin, deu o seu acordo de princípio à candidatura sueca, mas a decisão permanece bloqueada desde há meses.

“O primeiro-ministro prometeu agir ‘na primeira ocasião’. A sessão de segunda-feira [hoje] fornece-lhe essa oportunidade”, indicou na sexta-feira em comunicado a embaixada norte-americana.

No entanto, os deputados do partido Fidesz, com ampla maioria no parlamento, optaram por não comparecer e deixando sós os 51 deputados da oposição, num total de 199 lugares. A sessão foi adiada por falta de quórum.

Orbán parece antes aguardar por uma visita do seu homólogo sueco, a quem emitiu um convite com o objetivo de restaurar a “confiança”, após anos de “difamação” face ao Governo húngaro, acusado de deriva autoritária.

Ulf Kristersson aceitou o convite, mas rejeitou a ideia de “negociações” e de “exigências” em torno da candidatura à NATO.

O chefe da diplomacia de Budapeste, Peter Szijjarto, considerou na semana passada que seria “justa” uma visita de Kristersson à Hungria antes da ratificação, também pelo facto de se ter deslocado à Turquia antes da aprovação pelo parlamento de Ancara.

O parlamento volta a reunir-se a partir de 26 de fevereiro e a ratificação poderá ocorrer de imediato e logo após o aval do primeiro-ministro.

A Suécia anunciou a sua candidatura à NATO em maio de 2022, na sequência da invasão russa da Ucrânia e em simultâneo com a Finlândia, que em abril se tornou no 31º membro da organização.

Os dois países vizinhos optaram por renunciar a décadas de neutralidade pós-Segunda Guerra Mundial, e de não-alinhamento militar após o final da Guerra Fria.

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