O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) da Madeira já registou 327 pedidos de proteção temporária por parte de cidadãos ucranianos, dos quais 47 estão alojados em casas de famílias voluntárias, indicou a secretaria regional da Cidadania e Inclusão Social.
Numa nota de balanço da operação "SOS Ucrânia", o Governo Regional (PSD/CDS-PP) revela que dos 327 registos efetuados no SEF, 162 são mulheres, 74 homens e 91 crianças.
O executivo refere que já atendeu no balcão 30 da Loja do Cidadão 126 famílias (159 mulheres, 59 homens e 85 crianças), salientando que há 71 crianças para serem integradas em escolas, 69 pessoas encaminhados para os serviços de saúde "pois tomam medicação ou têm doenças crónicas" e 145 cidadãos pretendem trabalhar.
"Os cidadãos ucranianos que se encontram na região registaram manifestações de interesse na procura de emprego, em áreas como: Gestão de produtos, Marketing, Saúde (médica), Gestão, Auditoria, Promoção e Vendas, Recursos Humanos, Gestão, Contabilidade, Organização de eventos, promoção online - web, Ensino de inglês, Engenharia Agrónoma / Civil, Tradutor, Economia, Cozinha, Direito, Assistente de Bordo", refere.
Segundo a secretaria regional de Cidadania e Inclusão Social, tutelada por Rita Andrade, 55 famílias madeirenses manifestaram disponibilidade para receber cidadãos ucranianos nas suas casas, a maioria das quais no concelho do Funchal (27).
Destas, 30 habitações estão ocupadas ou sinalizadas para atribuição, sendo que restam ainda 25 casas de famílias voluntárias dispostas a alojar temporariamente refugiados ucranianos.
O executivo informa também que 18 famílias (47 pessoas) estão alojadas em casas de famílias voluntárias, sete famílias (15 pessoas) encontram-se no Centro de Juventude do Pico dos Barcelos e 12 famílias (21 pessoas) permanecem numa unidade hoteleira.
Relativamente ao emprego, 108 empresas manifestaram interesse em empregar ucranianos, o que corresponde a 145 ofertas de emprego, sobretudo em áreas como hotelaria, restauração e construção civil, mas também em áreas profissionais qualificadas como engenharias e informática.
A secretaria regional acrescenta que foram registadas, até à data, 17 inscrições para emprego de cidadãos ucranianos, formalizadas no Instituto de Emprego.
Há ainda 92 cidadãos ucranianos a frequentar aulas de português, numa iniciativa promovida pela Associação de Casas do Povo da Madeira.
Cinco turmas já estão completas e iniciadas, sendo que estão a ser encontradas soluções, em formato ‘online’, para ucranianos a residir fora do concelho do Funchal, o principal e mais populoso do arquipélago.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa