Segundo os médicos, a criança de 13 anos melhorou a sua condição de saúde, e melhorou os índices físicos para que possa aguardar por um transplante cardíaco.
Uma jovem de 13 anos, que vive na Madeira, realizou no Hospital Santa Marta, em Lisboa, um procedimento clínico inédito em Portugal. A utente madeirense tem diagnosticada uma cardiomiopatia restritiva com hipertensão arterial pulmonar grave e insuficiência cardíaca.
A rapariga foi reencaminhada pelo Serviço Regional de Saúde (SRS) para o Hospital Santa Marta, que é uma unidade clínica especializada e das mais referenciadas da Europa em doenças cardíacas e pulmonares. Este hospital é o centro de referência de cardiopatias congénitas da Unidade Local de Saúde (ULS) São José.
À Agência LUSA, a cardiologista pediátrica e diretora clínica adjunta do Hospital de Santa Marta, Fátima Pinto, explicou que “o coração precisa de contrair e relaxar, como uma bomba”, uma função que, no caso da utente madeirense, a cardiomiopatia restritiva, uma doença das células do músculo cardíaco, impede que seja feita da forma correta. Neste caso, a doença impedia a criança de efetuar a vida normal, pois qualquer tipo de “esforço” levava-a ao cansaço.
Já o cirurgião pediátrico José Diogo Martins, responsável por liderar toda a equipa deste inovador procedimento, revela que a União Europeia aprovou um novo dispositivo médico que se coloca por via percutânea (nas veias), sem que seja necessária realizar uma cirurgia.
Assim, completa, “este dispositivo tem a função de criar e manter aberta uma comunicação entre as duas aurículas de modo a que se faça a descompressão da aurícula esquerda que estava na base da hipertensão arterial desta menina”.
Sendo uma medida paliativa, este procedimento clínico vai melhorar as condições físicas da menina e vai permitir, por exemplo, que seja realizado o transplante cardíaco, só possível devido à estabilidade clínica provocada por este procedimento.