Por essa razão, não havia muito para decidir, até porque o próprio Presidente da República havia já manifestado a mesma intenção quando referiu que as eleições deveriam ser realizadas no final de setembro.
Na reunião em que participei, o Partido Socialista salientou a importância de serem marcadas as eleições o mais rapidamente possível, já que, após a marcação formal das eleições por parte do Presidente da República, passam a existir novas regras para os representantes políticos, que deveriam ser regras de ética para todos os eleitos durante a vigência dos seus mandatos, mas que, infelizmente, na Madeira não é realidade.
Em síntese, após a marcação formal das eleições, a Lei exige especial neutralidade aos governantes, tanto nas suas intervenções políticas, como também na sua propaganda. Por curiosidade, ou talvez não, o Presidente da República manifestou intenção de marcar rapidamente as eleições, mas tal não impediu que, imediatamente após a referida reunião, os Madeirenses assistissem a um sem fim de propaganda levada a cabo pelo Governo Regional, utilizando fundos públicos para o efeito - dinheiro de todos nós - poupando PSD e CDS de tal despesa. Uma forma clara e injusta de utilização indevida dos dinheiros públicos.
A propaganda é apenas isso, propaganda. Não se trata de uma demonstração factual de uma melhoria de vida dos Madeirenses e Porto-Santenses, porque como bem sabemos isso não está a acontecer, e hoje são já mais de 76 mil aqueles que na nossa Região convivem com a pobreza.
Utilizam fundos públicos para moldar a opinião pública para uma realidade que não é percecionada pela generalidade da população, uma população que poderia estar melhor se não fosse sufocada pelos impostos cobrados pelo Governo Regional, esbanjados em encartes e cartazes feitos à pressa de forma a serem colocados antes da marcação formal das eleições, que aconteceu no dia 5 de julho, duas semanas após as reuniões.
A marcação célere das eleições era ansiada para que houvesse menos injustiça e mais equidade entre os partidos que concorrem às eleições. É querer que os governantes deixem de utilizar o seu espaço mediático, que por sinal é muito, para atacar sem contraditório os restantes partidos. É querer que cumpram o seu papel institucional durante as cerimónias oficiais, cingindo-se ao tema e sem desviar para a politiquice que se assiste por parte dos nossos governantes. É querer que, por exemplo, as Casas do Povo, totalmente financiadas por fundos públicos, não utilizem os seus meios para promover um partido, como está a acontecer.
Bem sabemos que, para uma fatia considerável da população, a decisão de voto já está tomada. Também sabemos que há um número considerável de pessoas que ainda não fez a sua reflexão e mantém-se indecisas. A partir de agora, todos deverão trabalhar, no âmbito das suas campanhas eleitorais, de forma clara, sem subterfúgios, para obter o melhor resultado eleitoral possível.
Da nossa parte, contem com uma campanha esclarecedora, na apresentação de um projeto ambicioso, viável, focado nas pessoas, com o objetivo de mudar a Madeira.