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Artigo de Opinião

AQUINTRODIA

5/12/2021 08:00

Todos com certificado de vacinação em dia, e teste válido.

Os cumprimentos usuais de boas vindas: há quanto tempo? como vão? enfim, aquela conversa de aproximação e cortesia.

Quando íamos apresentar documentos, logo o proprietário nos informou que poderíamos ocupar a mesa, devidamente reservada e disponível. Não eram muitos os lugares, nem demasiados os comensais.

Fizemos questão de apresentar a documentação.

O proprietário surpreendeu-nos, quando afirmou que não cumpria tal controle, por não estar mandatado ou não ter poderes para o efeito.

Explicámos que ficaríamos mais tranquilos se tal nos solicitasse, bem como a todos os ocupantes das mesas porque, demonstrado que todos estaríamos vacinados e testados negativamente, haveria a descontração de nos sabermos em segurança.

Concordando com a perspetiva, confessou o receio de alguém se recusar à apresentação.

Se tal acontece, que fazer?

Recusa a entrada? Avisa que vai registar e identificar a situação? Sinaliza os demais clientes que não apresentou comprovativo de não infeção, para que haja um resguardo coletivo, ou distanciamento cauteloso?

Ou os restaurantes tomam medidas que tranquilizem quem pretenda uma refeição agradável, com normas de segurança que demonstrem a ideia do esforço coletivo para vencer a situação que a toda a comunidade incomoda; Ou então estaremos mesmo a «gozar com quem trabalha»...

CONTRA TUDO!

Anda por aí quem tudo negue e recuse.

Argumentando as liberdades e garantias individuais, o direito ao corpo, enfim...

Há quem ache a «covid» uma patranha, recusando a palhaçada da máscara. Exibem a «coragem», alegando que a imprensa divulga notícias fantasiadas. Teorias da conspiração!

Foi convocada uma manifestação contra as medidas que possam coarctar a liberdade de cada um, porque cada um pode fazer o que bem quer e lhe dê na gana. Os limites à liberdade de cada um são apenas a sua vontade e querer!

Os três amigos, conhecedores da manifestação convocada em redes sociais, combinaram uma surpresa criativa.

Decorria o vozear de quem se orgulha de não ser manipulável, denunciando em alta voz o seguidismo de tantos milhares de parolos que se entregam a condutas sem fundamentos.

O entusiasmo cresceu, quando uma câmara de televisão apareceu a registar. Todos se recusaram à entrevista.

Entretanto, aproximam-se os três amigos. Eram mendigos ou indigentes, capuz puxado aos olhos, cara amarelecida, e um pequeno cartaz dependurado no peito: «ajudem-me; estou infetado» e tossiam para cima de quem estivesse perto.

Num ápice, a pequena multidão desapareceu por becos e vielas.

A reportagem ficou a registar os três amigos surpreendidos...

OS TESTES

Há quem tenha receio, há quem descreia da eficácia, há quem recuse porque sim, e há quem recuse porque não.

Testar é apenas um gesto técnico de informação pessoal e comunitária.

Se cada um souber de si e adotar a sua conduta de acordo com a sua condição, está a construir a sua saúde, o seu bem-estar, e estará, indubitavelmente, a construir uma comunidade mais informada, mais pronta a debelar situações que sejam prejudiciais à saúde de quem quer. A comunidade reagirá como um corpo que se defende e resguarda, quando um dos membros esteja debilitado. Sem individualismos bacocos, mas numa atitude solidária.

Em meu entender, deveriam ser obrigatórios os testes!

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