A expressão não é minha, mas, ao invés do gasto, impessoal e hipócrita “Bom Ano”, prefiro deixar-vos esse conselho. Ainda que não mo tenham pedido, eu sei... Porém, na base da amizade que nos une, sinto-me no dever/direito de querer o vosso bem. Até porque vocês nunca me fizeram mal... E é bom que assim tudo continue. Caso contrário, é bem possível que venha a doer, mas é mais.
Ameaças e conselhos à parte, foquemo-nos no essencial. O ano mudou, é um facto. Mas, vendo bem as coisas, não mudou mais nada. Os meses vão ser os mesmos. E os dias, à excepção de lhes acrescentarmos um, continuarão também idênticos.
Quem tinha dívidas, continua a tê-las. Quem não tinha, não fique invejoso. O mais certo é, pelo menos a ver pelo escal(d)ar dos preços, passar a ter...
Quem estava doente? Provavelmente continua. Mente insana em corpo insano é o que está a dar. E até os que se julgam de saúdinha, não se devem gabar da sorte. O que não falta por aí é bicharada pronta a atacar.
Já quem engordou na festa, a não ser que vá ao Dr. Baptista ou se enfie num ginásio de manhã à noite, vai permanecer “inchado”. Não há milagres. É a vida...
O que também não mudou foi o “modus operandi” dos senhores do Governo. A toda e qualquer trafulhada que lhes seja imputada, aprestam-se logo com a desculpa de que não tinham conhecimento de nada. Quando confrontados com provas de que afinal sabiam, afirmam que não se lembravam. Conforme se vão apurando e destapando os factos, a memória vai melhorando. Vão tendo umas luzes... Umas ideias vagas. Leves recordações. Quando a verdade está escancarada então, por vezes e quase por milagre, surgem as detalhadas versões dos seus intervenientes. Não raras vezes, não só não coincidem como ainda se contradizem. Acusam, numa tentativa de sacudir a falta de vergonha do capote, se preciso for, até os seus pares.
Foi assim com a TAP. Foi assim com a Start Campus. Foi assim com o caso das gémeas. E voltou a ser assim com os CTT. Pois é, se já nos anteriores imbróglios a fotografia dos intervenientes ficou meia desfocada, a lente parece-me começar a estar prestes a “dar o berro”.
Desta feita, foi o Governo (começa sempre assim, em abstrato) que decidiu comprar ações dos CTT, empresa essa que tinha sido privatizada em 2013. Até aqui, pouco ou nada de anormal. O problema é que, segundo parece, a compra foi feita em segredo e apenas o Bloco de Esquerda e o PCP souberam do arranjinho. Curiosamente os mesmos que ajudaram a viabilizar o Orçamento de Estado de então. Coincidências dos diabos.
O engraçado é que nesta última embrulhada, inicialmente Pedro Nuno Santos não quis falar, mas de seguida já se lembrou de tudo. Depois, Costa jurou a pés juntos que nunca tinha havido segredo, mas há um despacho a pedir confidencialidade. Enfim... Se isto não é mais do mesmo, vou ali e já volto! Mas também quais são as alternativas? Querem que se vote em março e a malta até nem se importa de fazer “horas extra”, mas o problema é só um. Em quem? Venha o diabo e escolha... O Monte é negro. O André, uma aventura. No fundo, por mais voltas que se dê, no dia 10 do 3, vamos todos sentir-nos colegas da Cicciolina. No fundo, bem lá no fundo, sabemos que vamos passar um mau bocado, mas não temos alternativa. Seja quem for, vai doer. Pelo sim, pelo não, o melhor é passar vaselina. É isso e aceitar...
Ps: para terminar, vamos fazer um jogo. Eu escrevo uma frase e vocês tentam adivinhar quem a proferiu. Então aqui vai: «Temos de estar bem orgulhosos dos últimos resultados do PISA». Está difícil? Eu ajudo. Foi dita no aniversário de uma escola e PISA refere-se a Programme for International Student Assessment. Não, não foi o Jorge Carvalho. Eu ajudo mais um pouco. Tentemos por aproximação. Se em vez de “resultados do PISA”, o senhor (mais uma dica) tivesse dito “resultados da piça”?
Bingo. Vêem como chegaram lá? Foi Miguel Albuquerque, pois claro! Quem mais poderia ser?!