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Artigo de Opinião

7/08/2023 07:40

Quando falamos em ideologia política, não falamos apenas de esquerda ou de direita. Entre os opostos existem infinitas possibilidades, mais ou menos radicais.

A nível nacional, a governação tem sido alternada entre o PS e o PSD, devido ao facto de a grande maioria dos portugueses se sentirem seguros num modelo político equilibrado, com liberdade individual, respeito pela atividade privada e com a segurança de um estado social que assegura vários pilares considerados fundamentais como são a educação, a saúde ou as pensões, entre outros.

Na Madeira, o PSD governa há 47 anos. O caricato disto é que o PSD, apesar dos insultos ao PS, como "esquerdalha" ou "corja", utilizados recentemente no chão da lagoa, na verdade, na Madeira, governam bem mais à esquerda.

É visível na forma como exerce o controlo de associações, clubes e casas do povo, instituições estas que deveriam estar longe da ação político-partidária, mas que, infelizmente não estão.

A falta de alternância política na Madeira provocou este tipo de promiscuidades que urgem ser quebradas e que está a atrasar no desenvolvimento social na Região, sugando o dinheiro público para fins meramente eleitoralistas.

Não tenhamos dúvidas, a alternância política na Região será um momento importante para a nossa democracia. Há 4 anos, essa alternância esteve muito perto de ser conseguida. Só não o foi, porque o CDS traiu quem lhe confiou o voto.

Hoje, apesar de clarificada a posição de PSD e CDS, existem outros que se perfilam para ser a próxima bengala, o próximo partido a dar a mão aos mesmos de sempre em troca de lugares.

Em 2019, tínhamos razão. O nosso programa dava resposta aos problemas que ainda hoje sentimos. Defendíamos cooperativas e investimento na habitação. Defendíamos tempos máximos de resposta garantidos na saúde e protocolos com entidades privadas para resolver as listas de espera. Defendíamos a escolaridade obrigatória gratuita. Defendíamos o apoio às empresas e a diversificação da economia regional. Defendíamos a redução de impostos para aumentar rendimentos e aumentar o poder de compra.

Timidamente, algumas coisas foram parcialmente colocadas em prática. Isso depois de recusarem as nossas propostas, depois de dizerem que não era possível nem exequível. Eventualmente deram a mão à palmatória, fazendo parangonas de como eram suas aquelas ideias. Não eram.

Atualmente, continuamos a defender o mesmo, certos de que há muito mais para fazer. A resposta social ficou pelo caminho e as desigualdades aumentaram nos últimos quatro anos. A habitação tornou-se só para ricos na Madeira. A saúde enfrenta esperas intermináveis sem solução à vista. A educação ainda não é gratuita. Os salários continuam a ser os mais baixos do país e os madeirenses continuam a ter menos poder de compra que o resto dos portugueses. Continuamos a pagar mais IRS e mais IVA do que devíamos. Os mais de 800 milhões do PRR ficaram todos nos cofres públicos do governo regional, sem um cêntimo de investimento no tecido empresarial madeirense.

Por tudo isto, importa salientar: o único voto que garante sem sombra de dúvida uma alternância democrática estável, segura e comprometida com a melhoria das condições de vida das pessoas é no Partido Socialista.

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