Uma parte muito significativa da comunidade portuguesa tem origens na Madeira, fruto das dificuldades sentidas na Região ao longo do tempo, que fez com que muitos procurassem outras paragens para continuarem as suas vidas e que, por força de situações de instabilidade nesses países, tiveram agora de regressar às suas origens, à Madeira.
Infelizmente, e ao contrário do que seria de esperar, não temos sido capazes de criar as condições necessárias para que esta seja uma região de oportunidades, com empregos qualificados, com uma dinâmica de desenvolvimento económico e social que se torne atrativa para aqui encontrar a estabilidade necessária para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Não são apenas os nossos jovens que são forçados a procurar oportunidades fora da Madeira. Os que recentemente regressaram, pensando que aqui iriam encontrar o seu porto de abrigo, sentem hoje as suas expetativas defraudadas e, por essa razão, estão também a partir novamente.
O rol de promessas feitas por PSD/CDS e seus líderes associativos, passado este tempo todo, foram só isso: promessas. O discurso de ódio contra o PS foi apenas e só uma forma de captar votos, porque para eles não interessa discutir ideias, não interessa arranjar soluções. O importante é manter um falso contencioso para fazer crer que os únicos defensores da Autonomia são eles. Mas o tempo tem o dom de trazer a verdade à tona.
Um exemplo muito claro sobre esta tentativa de manter um contencioso é o programa Regressar. Criado pelo Governo da República e com aplicação na Região, exclui apenas a componente de empregabilidade, porque essa área está regionalizada, é competência do Governo Regional. Parece incrível que, mesmo tendo-se esclarecido este assunto por diversas vezes, PSD/CDS continuem a manipular a comunicação para culpar a República.
O orçamento de Estado transfere, para a Madeira, mais de 13 milhões de euros para que esta possa com total autonomia desenvolver os programas de emprego que achar por bem fazer, adaptados à nossa realidade regional.
O que faz o Governo Regional então? Prefere não implementar um programa adaptado à Região, para poderem continuar a atacar a República, não se preocupando minimamente em encontrar soluções para aqueles que precisam de ajuda e que acabam prejudicados com esta postura negativa dos governantes regionais.
Infelizmente, este registo tem dado bons resultados eleitorais, porque o eleitor, deliberadamente ludibriado, segue a querela política e não quem procura soluções.
Será também esse o motivo para a Região continuar a não adaptar a Lei n.º 50/2018, que visa transferir competências para os municípios, nomeadamente a possibilidade de criarem os gabinetes de apoio ao emigrante, mas que não o fazendo, cria a ideia de que os municípios da Madeira são preteridos em relação aos do continente para dessa forma manter outro contencioso.
Por isto e muito mais, dizemos que é preciso acabar com quase 50 anos de governação regional de um único partido. Um único partido que é responsável pelo estado em que se encontra a Região. É tempo de mudar porque eu, tal como muitos Madeirenses e Porto-Santenses defendemos que a Madeira precisa de uma oportunidade para fazer diferente, de sermos mais e de sermos melhores. É tempo de mudar e de procurar as soluções que tanta falta nos fazem.