O que é bajulice?
De acordo com o dicionário da língua portuguesa, bajulice vem da palavra bajulação. É um ato ou efeito de bajular; elogios exagerados e falsos, geralmente com o fim de obter algo em troca. Bajulice também pode ser entendido como lambe botas ou ainda graxista.
Enfim, já todos nos cruzámos com bajuladores. É gente que “rasteja” por aí. Sim, rasteja, não anda. E estão em todo o lado, tipo parasitas, principalmente nos locais de trabalho.
São aqueles que entram em “jogos” de constantes elogios e de delicadezas exageradas, com o objetivo de obter algo em troca... são aqueles que servem o café, que oferecem presentinhos, que defendem o seu superior perante qualquer circunstância, que só dizem aquilo que acreditam que o chefe quer ouvir nunca dizendo aquilo que realmente pensam, que não têm uma opinião genuína e verdadeira de um determinado assunto, mas sim a de quem estão a bajular, que não comentam fora dos padrões mainstream. São aqueles que não admitem os seus erros, acusando sempre o colega do lado, descartando a sua culpa para o elo mais franco. São aqueles que não são confiáveis, mas sim duvidosos e traiçoeiros.
Este tipo de gente vai consoante a maré... trocam de lado consoante as circunstâncias que lhes são mais convenientes, de modo a obterem benefícios, regalias e subir na hierarquia, nem que para isso tenham de passar por cima de tudo e todos. Não têm qualquer competência técnica e não querem saber da aprendizagem e da luta por uma causa. Apenas adulam os que têm poder e os que julgam que têm poder. Quando estes deixam de o ter, aí é que cai a máscara. Já não lhes interessa manter aquele retrato de bom samaritano, de bom escuteiro e de trabalhador fiel. Já não têm que agradar mais, passam na rua e viram a cara.
A verdade é que, nos dias de hoje, quem não bajula está certamente em posição de desvantagem. Principalmente em Portugal. Não existe atividade que escape ao graxismo nacional. E a maioria dos chefes adoram ser bajulados. Aliás, precisam deles para aumentarem o seu ego. Os líderes não. Não precisam de ninguém a rastejar atrás deles. O seu caminho é realizado com base no mérito e na competência.
Recentemente, alguém me disse: “Se queres subir na tua carreira, tens de arranjar as amizades “certas” porque precisas delas.” Não concordo! Para mim, bajulação não faz parte da ética profissional. Nestes últimos dias tenho assistido a tanta bajulice que chega a ser uma hipocrisia autêntica. É preciso ter um jogo de cintura e não se deixar alinhar nestas andanças! Concordo com a amabilidade e com a cordialidade, mas não com a bajulice! Certamente que a maioria de nós gosta de elogiar os que, com mérito, fazem bem. E todos nós gostamos daquela simpatia, dedicação e preocupação. Mas, para mim, essas frases bonitas têm de ser mesmo sentidas, genuínas e do coração, e não com segundas ou terceiras intenções.
Acredito que o caminho certo é a nossa dedicação, não a bajulação. Não irei elogiar apenas para ficar bem e ter alguns créditos. Não irei comprar um presente só porque sim. Não irei compactuar com atitudes das quais não fazem parte da minha maneira de ser só para ter mais créditos. Não vou deixar de ser imparcial e ter a minha própria opinião. A bajulice não faz parte de mim, nem dos meus princípios e valores éticos. O meu trabalho, o meu empenho, a minha dedicação e a minha competência falarão mais alto! Passo bem sem as aparências e a bajulice!
“A bajulação é a moeda falsa que só circula por causa da vaidade humana”.