Progressivamente a velocidade aumentou, até que pensei que a força centrífuga nos iria projetar para a lua, no mínimo! Segurava freneticamente a miúda que era magrinha, não fosse escorregar. Ela ria-se e abanava os pés. Comecei a sentir o almoço perto da garganta. Ao fim de umas horas neste girar vertiginoso, pareceram-me horas, confesso, o monstro começa a abrandar. Ufa! Assim saltamos deste inferno e o almoço já não vai borda fora! Ah, povo enganado! Aquele bicho começa a andar para trás, a uma velocidade cada vez maior. Estômago colado às costas. Lábios e dentes cerrados. Náuseas! A miúda delirava. Finalmente parámos. Saltámos rapidamente e zarpámos. Vamos outra vez, pedia a miúda. NÃO! (Voz de comando). Faz mal à saúde, querida (voz de mel), e há taaaaaantas meninas e meninos que também querem andar! Não podemos ser egoístas! (Digam-me lá que nunca disseram coisas destas às vossas filhas? Pecadora me confesso…).
Lembrei-me desta história por causa da governação do PSD ao longo de 47 anos. Numa primeira fase, a ideia parece ter sido "O que importa é fazer!" Salta Montes para a frente, aumentando loucamente a velocidade e criando elefantes brancos (ou buracos negros?) que sugaram milhares de milhões ao erário público. Critério? Visão de futuro? Detalhes! O que importa é o voto, mesmo que se endivide a população até o tutano. Desenvolver a economia e ajudá-la a ser mais resiliente não interessou nunca. O que importa mesmo é fidelizar e garantir votos. Atribuem-se milhares de milhões de euros de subsídios a clubes, Casas do Povo e outros que tais. Investe-se nas equipas destas instituições, para responderem prontamente ao toque a rebate eleitoral. E como se pagam estes desvarios? Alguém há de vir cobrir o buraco, pensam os governos PSD-M. E não é que vem mesmo?
Mas quem é que responde com a solidariedade nacional aos desvarios regionais? Os governos socialistas da República que o partido laranja acusa de serem inimigos! António Guterres (PS) perdoou a dívida da RAM, anos depois de Cavaco Silva (PSD) (o Sr Silva, lembram-se?) se ter recusado a colaborar com o descalabro a que os governos do PSD-M sempre conduziram a Região. Entre 1996 e 2002, os governos do PS, de António Guterres, criaram políticas nacionais de habitação, incluindo nelas a RAM. Com esse financiamento nacional construíram-se no Funchal os complexos habitacionais do Galeão, Qta Falcão, Canto do Muro, Qta Josefina, Palheiro Ferreiro, Romeiras, Penteada, Lajinhas, Sto Amaro, Cruzes, Várzea. Tudo feito com o investimento nacional de governos do PS, apesar de o GR ser de uma cor política diferente. Em 2010, José Sócrates (o Sr Pinto de Sousa, recordam-se?) volta a mostrar a solidariedade nacional, aprovando a Lei de Meios que fez chegar mais de mil milhões de euros para a reconstrução da RAM, após o 20 de fevereiro. Em 2022, António Costa (PS) atribuiu 5% do valor do PRR à RAM, mesmo sabendo que esta corresponde a 2,5% do país e que por cá o PSD-M dirá que o investimento é seu.
Nestes últimos anos o PSD-M pôs o Salta Montes a andar a toda a velocidade para trás. Tenta parecer diferente, mas continua com as mesmas fórmulas estafadas. Girando loucamente, enterra ainda mais milhões em festas, Casas do Povo, instituições e promessas eleitorais. Governa a RAM há 47 anos e promete resolver agora o problema da habitação, da frota de pesca, da saúde. O que andaram a fazer nestes 47 anos?
Há uma alternativa credível a estes buracos negros do laranjal, que tudo sugam para se manterem no poder. É escolher o projeto do PS Madeira, com as suas propostas concretas e diferentes. É tempo de mudar, Madeira!