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Artigo de Opinião

BOM DIA ALEGRIA!

5/09/2022 07:00

Tenho admiração por quem começa e mantém um negócio, sabendo que sozinho não chega a lado nenhum. Respeito as pessoas com cargos de direção ou de chefia, que conseguem criar um bom espírito de equipa e, simultaneamente, atingir os objetivos propostos. Considero serem papéis duros, por vezes inglórios e solitários. Do que me apercebo há uma tendência para "gestores acidentais", que até têm qualificações técnicas, mas são pouco (ou nada) orientados para liderar pessoas. A maioria deles está focado em tarefas específicas do trabalho ou saúde e segurança.

Como gestora de pessoas e formadora, o conhecimento que eu adquiri para lidar melhor com os outros foi, e é, por iniciativa própria. Nunca esperei que alguém puxasse por mim. Ou aprendo e aplico ou não chego onde quero.

Há factos que temos de levar a sério, caso queiramos negócios que prosperem e cresçam. Um salário competitivo pode ser um dos motivos que fazem um colaborador permanecer numa empresa. Contudo, a maioria dos pedidos de demissão estão associados à relação com a chefia direta: ou porque o colaborador se sente desrespeitado no trato, ou por falta de reconhecimento, orientação e suporte em momentos de maior dificuldade. Quando um colaborador pede demissão está já na sua situação limite e, muitas vezes, com a sua saúde mental comprometida.

Todos perdemos com isto.

Vamos "cascar em cima do chefe ou do patrão"? Não.

Para espicaçar os colaboradores e também para alertar para a importância do reconhecimento e da empatia, costumo lançar estas questões nas empresas onde realizo sessões de grupos e entrevistas individuais: alguma vez elogiaram diretamente o vosso chefe? Têm conhecimento das suas tarefas e responsabilidades? Sabem quais são as suas maiores dificuldades?

Certo, o chefe pode não ser a melhor pessoa do mundo. A questão é: o que podemos fazer para melhorar a relação com ele e com a equipa?

Vou "cascar em cima" dos colaboradores. Também não.

A Google realizou duas pesquisas com a intenção de compreender melhor o trabalho de equipa e dos funcionários. Chegaram à conclusão de que as capacidades sociais e humanas são as que mais importam. Entenderam que empresas que tinham uma maneira de trabalhar em conjunto baseada na generosidade, igualdade, curiosidade, empatia e inteligência emocional, tiveram muito mais sucesso. Confirmaram que um líder de equipas bem-sucedidas tem qualidades como: dar confiança e autonomia à equipa; criar um ambiente inclusivo; saber ouvir; apoiar no desenvolvimento de carreira; colaborar e ter uma visão clara do todo.

Não sou apologista que um "canudo" faz de nós melhores pessoas. Acontece que líderes qualificados, ou que procuram conhecimento, conseguem valorizar a importância da formação contínua e criam menor resistência às inovações. Têm a perspetiva da melhoria contínua.

A boa notícia é que as habilidades sociais de que os líderes precisam podem ser aprendidas no trabalho, pois, todas estão relacionadas com interações com pessoas. Pode parecer um custo, mas empresas que investem nestas competências, têm um diferencial competitivo grande e são raras as pessoas que querem sair.

Empresário, chefe e colaborador: o segredo já não é a alma do negócio. O bom ambiente de trabalho e procedimentos bem definidos são os indicadores do sucesso. Deixem o orgulho de lado e procurem orientação, para ter uma equipa coesa e segura. Não deixem as relações de trabalho ao acaso.

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