Centenas de organizações, nos mais diferentes campos de atuação, povoando um universo de cerca de 250.000 cidadãos residentes e muitos em visita permanente, duma panóplia diversificada de iniciativas, que indubitavelmente enriquecem o dia a dia de quem está e quem passa.
Umas terão interesse local, focalizadas numa comunidade circunscrita a freguesia, ou município, realçando tradições e festividades, que dão continuidade a celebrações que se afirmam e consolidam.
Outras terão interesse de grupo, relembrando as festas partidárias, que agregam militantes, simpatizantes e curiosos.
Nesta categoria estarão encontros de detentores de equipamentos comuns, como sejam as reuniões de motards, ou de automóveis clássicos.
Os convívios de frequentadores de instituições, como os jantares de antigos alunos, as passeatas de academias, as convivências de associados de clubes e associações…
Outras serão de interesse geral ou regional, arrastando participantes de todo o lado, sem definição geracional ou geográfica, sem identificação de nacionalidade.
Estas imensas e louváveis iniciativas desencadeiam-se em muitos e diversificados setores, podendo referir-se os desportivos, os artísticos, os culturais, os de animação, os religiosos, os partidários, os gastronómicos…
Um aspeto a relevar nesta viagem por eventos é o do financiamento. Uns terão meios de caminhar por si, quer por entradas pagas, quer por sponsors ou financiadores, que asseguram o pagamento dos custos, sempre por interesses próprios, relacionados com a publicidade do produto que negoceiam, ou com o retorno financeiro que o apoio possa garantir.
Outros terão de concorrer a apoios públicos, quer de Governo, quer de Autarquias, sujeitando-se a um percurso burocrático que desafia os mais otimistas.
Para além de terem de apresentar projetos com antecedências longas e pouco realistas, o sufoco documental é muito pouco convidativo e aparentemente destinado a ser fator de desistência dos menos resilientes.
Depois das candidaturas apresentadas, o percurso é tortuoso, com avaliações demoradas, clarificações miudinhas, o que não é de todo inexplicável, dado estarmos perante eventos que se têm de apresentar sólidos e exequíveis.
Uma vez aprovados, abre-se caminho à avaliação da cabimentação, à verificação da existência de meios financeiros, o que é legítimo para projetos que se apresentem de surpresa.
Para as candidaturas atempadamente apresentadas, com a devida e justificável antecedência, que deverão ser apreciadas e decididas, também com a devida e justificável antecedência, ou para projetos de previsível execução anual, os orçamentos das entidades públicas apoiantes devem traduzir com a necessária antecedência, a sua decisão, para que as entidades organizadoras de eventos contem com os montantes aprovados em condições de poderem lançar-se na execução, sem as angústias de serem forçadas a ginásticas orçamentais de legalidade duvidosa.
Desejável seria até que nas propostas de orçamento que acompanham sempre as candidaturas, fosse admissível apresentar um fundo de maneio para projetos futuros.
Para além do financiamento, parte dura na construção dos eventos, há que referir a dificuldade em divulgar a sua realização.
Os meios de comunicação social deveriam ser parceiros envolvidos nos eventos de interesse público e geral, em setores que manifestamente dependam do apoio público, empenhando-se na sua divulgação, como tarefa de serviço público e menos como oportunidade de negócio ou esmola mendigada.