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Artigo de Opinião

Investigador na área da Educação

22/08/2022 07:40

A verdade, apesar desta "inovação" surgir proximamente, é que a FIB teve as suas origens no Butão, o pequeno país da Ásia. Foi criado pelo rei butanês Jigme Wangchuck no ano de 1972, quando este terá afirmado publicamente: "felicidade interna bruta é mais importante que o produto interno bruto". Em 2008 a FIB foi inscrita na Constituição, como uma forma de indicar o crescimento do Butão, sem considerar apenas o aspeto económico, levando em conta itens culturais, psicológicos, espirituais e ambientais.

O Relatório da Felicidade Mundial, uma publicação da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU, divulgou a lista de países mais felizes do mundo em 2022. Com base na análise de dados globais da população em 150 países, o Relatório de 2022 marca 10.º aniversário da primeira publicação.

O ranking não se baseia em nenhum índice ou indicador do país, mas em entrevistas feitas todos os anos a cerca de mil residentes de cada país onde lhes é pedido para fazerem uma avaliação da sua vida em diferentes domínios. O resultado combina uma média das entrevistas dos três últimos anos.

Os países nórdicos continuam a ser os mais felizes. A Finlândia voltou a ser considerada, pelo quinto ano consecutivo, o país mais feliz do mundo, de acordo com os rankings do relatório, seguida da Dinamarca e da Islândia. A Suécia e a Noruega também estão entre os países mais felizes, ocupando o sétimo e oitavo lugares, respetivamente.

O relatório indica que estes países têm muito boas pontuações em todos os fatores analisados, nomeadamente na expectativa de vida saudável, apoio social em tempos de dificuldade, baixa corrupção e alta confiança social, bem como generosidade numa comunidade onde as pessoas cuidam umas das outras e liberdade para tomar decisões importantes na vida.

Portugal ficou na 56.ª posição. A generosidade foi, até, o fator que obteve menor pontuação em Portugal, seguindo-se da perceção da corrupção. Em relação à Finlândia, Portugal registou pior pontuação em todas as categorias analisadas, menos numa, na esperança de vida saudável. À frente de Portugal estão, mesmo, países como o Brasil (38.ª), Itália (31.ª), França (20.ª) ou, mesmo, Espanha (29.ª). Nos últimos lugares estão o Ruanda, o Zimbabué, o Líbano e o Afeganistão.

Ora, não sendo intrinsecamente itens de cariz económico, nem diretamente mensuráveis em termos de PIB nacional, parece claro que nos países onde o PIB é elevado a população acaba por sentir-se mais feliz para efeitos da FIB. Os países que antes se assinalaram são disso uma evidência. Parece existir assim, um efeito de maior felicidade, quando existe maior conforto económico e este revela-se fundamental, para o incremento da FIB.

Com a pandemia de covid-19 e a invasão da Ucrânia em pano de fundo e todos os seus efeitos nefastos, que se vão sentido na nossa sociedade, não haverá motivos para esperar que a FIB portuguesa tenha melhorias assinaláveis, mesmo sabendo-se da tradicional felicidade da alma lusitana.

A verdade é naqueles indicadores encontramos tudo o que nos preocupa e que nos deve realmente fazer felizes!

Aqui, está a cultura, está a educação, está o ambiente, está a qualidade de vida, está tudo o que nós queremos e precisamos para sorrir. E são todos estes fatores que os governantes têm de democraticamente cuidar.

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