A política da China de retomar a Rota da Seda, quinhentos anos após a antiga rota da seda, nome dado ao fluxo de comércio que funcionou no primeiro milénio e que conectava a Ásia com a Europa Central, perspetiva a vontade de assumir um papel ainda mais preponderante no comércio internacional. Esta intenção é claramente manifestada através de aquisições de diversas empresas de diferentes ramos de atividade, bem como a aquisição de múltiplos bens e serviços.
Mas o que podem as empresas portuguesas, e no caso concreto as madeirenses, beneficiar com esta política da abertura chinesa? Em primeiro lugar, a China, pela sua dimensão, poderá ser um excelente mercado para globalizar os produtos madeirenses, sabendo do gosto que os chineses têm pelos produtos ocidentais, tanto pela sua qualidade como pelo status que adquiriram no mercado do gigante asiático. Segundo, poderá constituir uma boa saída, numa primeira fase, para colocar no mercado alguns excessos de produção e, eventualmente, aumentar a capacidade produtiva das empresas regionais.
Obviamente que não falamos apenas de bens associados ao setor agroindustrial, mas também de serviços associados às Tecnologias de Informação e Comunicação, ao software e serviços digitais, aos serviços financeiros, etc.
Exportar para a China poderá permitir às empresas insulares escalarem a sua produção para níveis impensáveis. Porém, é um desafio. É um mercado com uma cultura e língua diferente, com legislação regulatória e controlos alfandegários próprios, exigindo assim uma abordagem contínua.
Mas os resultados poderão também ser surpreendentes.
A Madeira, dentro da estratégia de internacionalização das empresas regionais, está atenta à realidade do mercado chinês, fomentando a participação em ações de promoção no sudoeste asiático, nomeadamente em Macau, que pelo passado histórico comum, constitui a porta de entrada natural para este mercado.