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Artigo de Opinião

Agora, há sobressalto a sério na Europa, República Portuguesa e Regiões Autónomas incluídas, com o ressurgir dos radicalismos.

Não só o perigo da extrema-direita, mas também o da extrema-esquerda. Pois a História confirma que ao crescimento acentuado de uma, depois, dialeticamente, segue-se sempre o mesmo crescimento forte da outra.

Radicalismos que, neste século XXI, nem sequer aparecem com a robustez ideológica de outrora.

E muito menos com racionalidade mínima. São mais atitudes de protesto contra os situacionismo existentes, estes tornados corruptores da indispensável hierarquia do Espírito e da Ética política.

A volumetria que este protesto atingiu, faz já tocar a rebate sobre o futuro da Democracia, entendida Esta como o primado da Pessoa Humana sobre as estruturas.

Quer em Portugal, incluindo Madeira, quer na Europa em geral, os radicalismos são a consequência do fracasso, este século XXI, das principais “famílias políticas” europeias, no caso português fracassos do PSD e do PS.

Quer a nível nacional com Sá Carneiro, Cavaco Silva e Durão Barroso, quer com o PSD/Madeira antes da “renovação” (?!...), a posição vitoriosa dos sociais-democratas resultou da sua afirmação e consolidação como CENTRO político, empurrando o PS para as “esquerdas”, assim neutralizando espaço aos comunistas, e empurrando o CDS para as “direitas”, assim adiando o aparecimento institucionalizado da extrema-direita.

Ora a política de Centro, porque é de equilíbrios mais complexos, inclusive no plano da correspondente Filosofia, tem de mobilizar o vanguardismo das Élites, em vez de se deixar nas mãos dos medíocres. Tem de assentar no interclassismo, em vez das “socialites” idiotas. Tem de incentivar positivamente a produtividade, em vez das subsídiodependência e dos “tachos”. Tem de se traduzir no primado da Pessoa Humana sobre as estruturas, daqui a correspondente prioridade lógica da descentralização político-territorial.

Foi isto que o PSD deixou de ser.

Por isso, quer ao nível nacional, quer regional, o PSD abandonou-se à sua confusão com as “direitas”, parecendo-se-lhes integrado, e assim perdeu eleitorado.

Quanto ao PS português, verificou-se o fenómeno sociológico de as suas Bases, irracionalmente, confundirem Partido com clubismo desportivo, traduzido num vale-tudo quanto à apropriação e utilização do aparelho do Estado. Uma vivência, condenada ao fracasso, de mistura entre “infantilismo revolucionário pequeno-burguês”, conforme dizia o Dr. Álvaro Cunhal, e o desejo de praticar e de usufruir todos os vícios endógenos e pessoais do capitalismo, inclusive também os da idiotice “socialite”.

Mais. Dada a herança jacobina do PS português, Este, anti-democraticamente, é centralista, sobretudo “travão da Autonomia” na Madeira. Tais fracassos actuais do PSD e do PS levaram a que muitos desiludidos estejam a cair numa atracção pelo radicalismo dos “partidos de protesto”.

Queira Deus que estes pecados do PSD e do PS não sejam mortais para a Democracia, na medida em que sobrepuseram a partidarite ao Interesse Nacional, não fazendo entre Si os acordos fundamentais que, nos últimos 50 anos, teriam permitido a modernização constitucional do Estado e evitado termos ficado para trás no evoluir do mundo.

E o que aqui escrevo sobre Portugal, passa-se a papel químico em muitos países europeus. Todos devastados pela covardia do “politicamente correcto”. Devastados pelo Relativismo destruidor dos Valores e Princípios bases da Civilização Europeia. Devastados pela “caça ao voto” ter subvertido e secundarizado as respectivas prioridades nacionais. Devastados pela apropriação que os medíocres fizeram à Democracia e aos Partidos. Devastados por uma generalizada destruição da Cultura.

Toda esta tragédia ocorre na maioria esmagadora dos países europeus. E, porque a União Europeia abandonou o projecto federalista e regionalista para se entregar reacionariamente nas mãos dos seus Estados soberanos, que A dominam como nunca, temos uma esclerose europeia em que o CENTRO político vem sendo substituído pela deriva para as “direitas” e para as “esquerdas”, inclusive radicais.

Porém, em minha opinião, ainda é possível MUDAR na Europa e nos Países. Tem de se MUDAR. O que não é possível com as actuais “classes políticas” medíocres e controleiras. Que não só são responsáveis pela esclerose actual, como também impedem, a todo o custo, tudo aquilo que lhes possa retirar os privilégios político-materiais que usufruem.

Ora, a MUDANÇA e o combate aos radicalismos passam pela reconquista do primado da Pessoa Humana, pela recuperação do Humanismo europeu e da Ética Política que Lhe é intrínseca. Passam por uma Política ao centro. Avançar, contra todos se preciso fôr, com uma luta em prol de novas experiências políticas, adequadas à substituição deste situacionismo pôdre a que a Europa e os Países chegaram.

E isto só é possível com a redescoberta e a reconstrução de um CENTRO político forte que, como dantes, derrote as “direitas”, as “esquerdas” e as respectivas derivas radicais.

Um Centro político que reencontre o caminho do federalismo europeu. Que saiba reencontrar o FUTURO.

Que, por assente no primado da Pessoa Humana, desenvolva uma descentralização política dentro de cada Estado, passo decisivo para uma Europa a uma só voz, nos mesmos tempos, no TEMPO FUTURO.

Onde a Democracia tem de vencer.

Isto é possível. Aqui e em toda a parte.

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