MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

PALAVRAS APENAS

24/07/2021 08:01

Sente-se aqui. O aqui é o lugar onde se vive o verão, este tempo que nos embriaga de luz e nos permite fazer um intervalo na incerteza. O aqui é o lugar do agora, assim, sem mais, sem ontens ou amanhãs.

Deixe-se ficar. Às vezes, é preciso dar espaço ao vazio e deixar que o nada tome conta de tantos tudos que nos pesam.

O lugar do verão é este. Mora em advérbios simples e em palavras pequenas (mar, sal, pele, água, mel) que são capazes de salvar, porque libertam, porque limpam, porque ardem e, ao queimar, regeneram as forças que a vida teima em levar. Temos a consciência de que tudo - a loucura dos nossos dias, as vontades desmedidas de tantas coisas, a corrida para a morte - acaba exatamente como a espuma que se desfaz no cós da praia, nesse lugar exato onde o mar vem morrer, em paz. E decidimos que sim, que agora é que vai ser, que vamos ser de nós.

Eu sei que chegamos aqui vindos da vida, que o ano foi duro, que ainda não conseguimos matar a saudade dos abraços, que continuamos assustados, que temos medo do futuro. Por isso, o lugar do verão é este. Aqui. Agora. E vai impedir-nos de desistir. O verão borda retalhos de alegria nas noites do ano, por isso, aproveite. Sente-se aqui. Deixe-se ficar.

O verão traz música antiga na polpa do vento. Consegue ouvi-la, no silêncio das tardes longas e quentes que as férias oferecem? Consegue ouvi-la nas gargalhadas dos miúdos a experimentar a liberdade? Consegue ouvi-la? Ela faz encher a maré da esperança.

O lugar do verão é neste aqui em que nos encontramos. Vamos vivê-lo agora?

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