Com o objetivo de perceber o que justificava a longevidade evidenciada em algumas regiões do mundo, Buettner viajou acompanhado por uma equipa de investigadores, composta por médicos, antropólogos e demógrafos. Deste estudo sobre a longevidade, resultou a sinalização de ‘Zonas Azuis’. Foram assim designadas, pelo facto de ao delimitar a primeira área de estudo de longevidade, uma ilha, a Sardenha, os especialistas em demografia a tenham delimitado no mapa a azul. Destas viagens científicas, surgiram resultados: os especialistas conseguiram detetar nove denominadores comuns que contribuem para a longevidade das populações estudadas e identificaram as ‘Zonas Azuis’.
São cinco as ‘Zonas Azuis’ e estão espalhadas pelo planeta, mais concretamente em: Okinawa, no Japão, Loma Linda, nos Estados Unidos, Icária, na Grécia, Península de Nicoya, na Costa Rica, e a Sardenha, na Itália. Apesar de serem lugares distantes entre si, e com culturas muito diferentes, o então fundador do Projeto das Zonas Azuis, Buettner, conseguiu identificar os tais denominadores comuns que contribuem para a longevidade que fazem com que estas regiões do mundo sejam conhecidas pela longevidade e pela grande quantidade de centenários que nelas habitam. Destas, só conheço uma. E a verdade, é que se gosta de lá estar. Tudo parece melhor. A língua é corrida, mas o tempo rende. E, por ser uma ilha, a verdade é que me sinto sempre melhor. Mais feliz. E depois, para um ilhéu, há a velha questão do mar. Sempre o mar. Mas, voltemos à evidencias científicas.
Segundo o estudo dinamarquês Danish Twin Study (DTR), estabelecido nos anos 50 do século passado, com revisão atualizada intitulada "The Danish Twin Registry: An Updated Overview", publicada pela Cambridge University Press, em 2019, apenas 20% da nossa longevidade é determinada por fatores genéticos. Os outros 80% dependem do nosso estilo de vida e do meio ambiente em que estamos inseridos. Depende de nós. Dos meios urbanos e/ou rurais em que nos movimentamos. Do lugar que escolhemos para nossa casa.
Buettner revelou o segredo. Partilho-o convosco. Ponham em prática. Pelo menos tentem. Pela vossa saúde e longevidade. Pela vossa qualidade de vida. Pelo futuro. Pela nossa ilha. Que seja delimitada a azul. Vamos seguir a ‘receita’: promover o movimento físico (fazer as voltas diárias a pé, por exemplo); ter uma razão para se levantar de manhã (um propósito, que não seja só o trabalho); desacelerar (o stress mata mesmo); parar de comer antes de estar 100% saciado (e comer devagar); fazer uma alimentação baseada em produtos frescos e vegetais (não é o mesmo que passar a ser vegetariano); beber um ou dois copos de vinho por dia (de preferência, em boa companhia); pertencer a comunidades baseadas na fé (ter a sua crença, a sua religião); alimentar os seus contatos pessoais (escolha estar com as pessoas certas); e, por fim, o nosso pilar, a família, mantenha-a (sempre) em primeiro lugar.
Mesmo que envelhecer seja inevitável, há determinantes que nos permitem um envelhecimento mais saudável e ativo, com maior qualidade de vida. O modo como envelhecemos tem tudo a ver com as nossas escolhas diárias. E essas, terão que começar cada vez mais cedo, na nossa vida. E, por falar em escolhas e segredos, acabei por não escrever sobre a que todos nós que somos Madeira (e Porto Santo) temos de fazer a 24, nem sobre o segredo bem guardado, entretanto revelado, pelo próprio, da candidatura presidencial, «se útil para o País», de Marques Mendes. Nem sobre o beijo de Béjar, apelido de Rubiales (Luis Manuel Rubiales Béjar). Mantenhamos o foco.