É urgente revisitar e monitorizar a paisagem, estabelecendo ligações com a história do arquipélago, as suas geografias e as realidades socioeconômicas, fazendo emergir uma compreensão mais profunda dos ciclos econômicos e a sua influência na construção da paisagem madeirense e porto-santense.
A região autónoma da Madeira necessita de uma paisagem mais sustentável e por isso essa análise não deverá ignorar as dinâmicas contemporâneas, como a influência do turismo e a imigração, mas, ao contrário, procurar compreender a autenticidade da paisagem diante dessas alterações, conscientes de que os padrões de ocupação e deslocação das populações são cruciais na transformação efetiva das paisagens, relacionando-os também com as preocupações emergentes com a gestão da água e a mitigação e prevenção de incêndios e intempéries.
O território deverá ser integralmente percorrido e registado, reconhecendo a importância da observação da paisagem na sua totalidade. Uma revisitação periódica ao território constitui um instrumento valioso para registrar a evolução da paisagem e compreender a sua relação com a arquitetura.
Mais do que uma simples reflexão sobre o passado, precisamos de (re)aprender uma paisagem que efetivamente mudou, reconhecendo a importância dos valores paisagísticos e construtivos do passado, mas com a consciência de que os valores e necessidades contemporâneas também têm que ser considerados.
É urgente revisitar o nosso território e perceber as suas dinâmicas atuais para com isso planear melhor o futuro, um futuro mais sustentável. A arquitetura é um agente ativo e modelador deste cenário em constante transformação e cabe-lhe igualmente articular as necessidades coletivas, consciente de que ao fazer cidade estará inevitavelmente a fazer paisagem.