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Artigo de Opinião

25/06/2024 08:00

Os primeiros dias são marcos inquestionáveis das nossas vidas. O primeiro dia da escola, o primeiro dia de trabalho, o primeiro dia numa nova cidade. Podem ser desafiantes, mas são indispensáveis ao nosso crescimento e evolução.

Na política não é diferente. O primeiro dia é o de fazer balanços sobre a noite eleitoral e perspetivar o futuro em função dos resultados obtidos. Deste processo podem surgir novos protagonistas no panorama político, mudanças de rumo ou, até mesmo, de lideranças.

A 26 de maio os madeirenses foram votar pela segunda vez em poucas semanas, e o dia seguinte foi um primeiro dia diferente para a Madeira, que amanheceu perante uma nova realidade: o PSD-Madeira ficou longe da maioria absoluta, e mesmo com as bengalas do CDS-PP e do PAN de outrora, ficou longe dos 24 deputados necessários para a maioria absoluta.

Pela primeira vez, Miguel Albuquerque precisa de negociar além das bengalas e deixar de lado a arrogância a que já nos acostumou em variadíssimas situações, o que convenhamos, poderá ser difícil para quem nunca esteve nessa situação. E este primeiro dia foi bem diferente. O PS-Madeira foi o partido responsável e apresentou uma solução alternativa, preterida pelo Representante da República em prol de um Governo liderado por Miguel Albuquerque, o mesmo que garantiu ter estabilidade e que governaria por 4 anos.

Daí ser incompreensível a gestão do resultado eleitoral pelo PSD-Madeira: em momento algum, durante o último mês, Miguel Albuquerque demonstrou abertura ao diálogo e humildade de reconhecer que perdeu a maioria absoluta. Preferiu ao invés, encenar uma pseudo-aproximação integrando propostas da oposição no seu programa de Governo, sem as discutir ou debater com ninguém. É caso para dizer que a prepotência das hostes laranjas continua inabalável; a ambição de perpetuar-se no poder, mesmo que isso custe o futuro da Madeira, continua presente na atuação dos mesmos de sempre.

Muita tinta correrá nas próximas horas, dias e até semanas. Mas há uma certeza: não existe futuro numa Região governada por quem não pensa no coletivo, por quem continua a colocar interesses individuais ou corporativos à frente do interesse comum.

Regressando aos primeiros dias, estes são também espaço para novos protagonistas. Na Madeira, são 48 anos de Governo liderado pelo mesmo partido e demasiado tempo a esperar uma mudança que nunca chega. Como futura deputada à Assembleia Legislativa da Madeira, terei a responsabilidade de ser um desses novos protagonistas, levando na bagagem a experiência, o crescimento e a evolução que os últimos anos no Parlamento Europeu me proporcionaram. Das várias lições que adquiri, há uma que levo orgulhosamente comigo: apenas existe uma forma de ultrapassar as crises, sejam elas individuais ou coletivas, económicas ou pandémicas: com uma resposta integrada, coordenada e solidária, assentes em união e esperança partilhada.

Acredito que só o PS-Madeira pode trazer futuro à Região, que há muito foi hipotecado pelo PSD-Madeira e trazer de volta o orgulho em ser madeirense.

Terminado o mandato de 5 anos no Parlamento Europeu, o meu futuro regresso à Madeira será também marcado pelo meu “primeiro dia” na Assembleia Regional da Madeira, assumindo o lugar de deputada regional da mesma forma que fiz nos últimos anos: com o firme compromisso de trabalhar para fazer da Madeira um lugar melhor. Uma terra de oportunidades para todos, para viver, trabalhar, constituir família, projetar futuro e sentir-se feliz e realizado.

A todos que começam os seus “primeiros dias”, desejo boa sorte e deixo um conselho inabalável: o passado está moribundo e o futuro só será risonho se tivermos coragem e determinação, capacidade de trabalho, visão e sentido de missão, seja na política ou na vida.

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