Faço delas a minha oração. Faço delas a oração que é de uma humanidade que procura a Estrela com os olhos rasos de medo. Líquidos, os olhos do medo.
Entrego-as ao Menino e peço-lhe que nos envie, outra vez, a Estrela, a que nos há de mostrar o caminho para a nossa humanidade. Rezo com o que há de verdade em mim. Rezo palavras brancas - paz, silêncio, luz. Rezo palavras quentes - amor, abraço, aconchego. Rezo palavras minhas que só o Menino conhece. Rezo-me e rezo os meus. Rezo o mundo que me acolhe e que vive em sobressalto, sem ter aprendido nada com a história dos homens.
Rezo esperança, hoje. E queria muito dizer-Lhe que, este ano, é que vai ser, que vamos aprender a lição da humildade que nos ensinas, cada Natal, que vamos regressar à vida, por outro caminho, que vamos acreditar no amor, que vamos calar as dores, que vamos recomeçar.
E peço a paz que não existe, o amor que anda perdido, a esperança que se guardou no fundo do quintal do mundo. Peço a coragem de ser como as figuras do meu presépio: eternos buscadores de Luz, da Tua Luz, Menino Deus.
Tenho palavras. São para Ti.