Celebremos o feito dos que fizeram frente a um regime autoritário, num Portugal cansado pela guerra no Ultramar, um Portugal cansado pela miséria, pela analfabetização, um Portugal provinciano e com medo, triste e adormecido, às portas da Europa.
Celebremos a alegria de viver em democracia, de viver em liberdade.
Vivemos actualmente no mundo tempos difíceis, tempos em que testemunhamos democracias regredirem em detrimento de regimes mais autoritários, opressores, que podem pôr em causa o nosso Estado de Direito. O mundo enfrenta uma grave crise democrática, que não pode ser ignorada, em que líderes populistas e autoritários vão ganhando terreno, fragilizando Estados Democráticos e consequentemente, fragilizando a nossa liberdade.
Celebremos o nosso 25 de Abril, conscientes de que temos que saber alimentar a nossa democracia, temos que saber gerir a nossa liberdade. Não tomemos como garantido os ganhos de outrora na Revolução dos Cravos, afinal, a maioria nem sempre tem razão.
Celebremos este dia com olhos no futuro, com olhos no crescimento sustentável, com olhos na melhoria das condições de vida de cada um dos portugueses e nas gerações que se avizinham, através de um Portugal produtivo, ativo, participativo e intervencionista.
Valorizemos o conhecimento que criamos e financiamos em cada uma das nossas academias espalhadas pelo nosso país, criando condições para podermos reter estes jovens que são as sementes certas para uma economia robusta no futuro. Vamos atrair novos conhecimentos, vindos do exterior, criando condições para que possam se fixar em Portugal, desempenhando o que melhor sabem fazer, criando, produzindo, acrescentando valor ao nosso país. Vamos chamar os nossos emigrantes espalhados pelo mundo, que ao longo de largos anos, trabalharam e aprenderam novas técnicas, de como fazer mais e melhor, para que também eles, possam fazer parte da criação de um Portugal mais eficiente.
Vamos deitar abaixo um sistema decrépito e burocrático, que apenas paralisa as mentes do progresso. Vamos exigir um Estado sério, cumpridor, que exige aos seus cidadãos, mas que para isso tem ele, Estado, que dar o bom exemplo aos portugueses.
Vamos limar arestas da nossa cultura, que nos deitam abaixo, vamo-nos valorizar cada vez mais, vamos tornar o nosso fado mais arejado e mais positivo, vamos deixar de olhar para trás e vamos fixar os olhos no hoje e no amanhã, vamos deixar a lamúria de lado e vamos fazer acontecer.
Sejamos audazes e ambiciosos, vamos sonhar com o que nunca tivemos e trabalhar arduamente para alcançar o sucesso.
Vamos Portugal, esta é a hora.