No meu tempo de bispo diocesano do Funchal, trarei através da imprensa, de cartas e encontros com a Câmara Municipal do Funchal, e de outras autoridades civis sobre este tema, que Deus permitiu que acontecesse na Madeira, terra de turismo e de encontros internacionais.
Pedi à Câmara para que a estes dois nomes, Padre Fernand Portal, (falecido em 1926) vicentino francês, Católico, e o aristocrático inglês Lord Halifax, (falecido em 1934) anglicano, fosse concedida uma Estrada, ou Praça, devido às peregrinações de estrageiros que me perguntavam para lhes indicar o lugar da memória dos “dois peregrinos da unidade” que no inverno de 1890 se encontraram no Funchal, se tornaram amigos e trataram do movimento de Oxford, refletindo sobre a unificação das igrejas.
No episcopado de Dom Manuel Agostinho Barreto, a convertida Mary Jane Wilson chegou ao Funchal, devido a uma sua amiga ter um filho tuberculoso, a pedido do Bispo ficou no Funchal, tendo sido uma grande missionária e enfermeira, fundou a Congregação de Nossa Senhora das Vitórias que, hoje, está difundida em quase todo o mundo.
Porque motivo retomo este tema do ecumenismo?
Porque a revista internacional dos jesuítas italianos, “La Civiltà Cattolica” no número 4172, da página 166 à 179, trata e atualiza longamente este tema, porque o Padre Portal e Lord Halifax foram depois à Bélgica, falaram com o célebre Cardeal Joseph Mercier, Arcebispo de Malines-Bruxelles, onde fundaram as “Conversações de Bruxelles” reunindo-se na residência do Cardeal em 1921. Durante os encontros o Cardeal Mercier falou com os Papas Bento XV e Pio XI sobre esses assuntos que, no Concilio Vaticano II, deram origem a um documento mostrando a importância deste tema. Em maio de 2013 num encontro com o Patriarca Irinei de Belgrado, afirmou: “A unidade dos cristãos não é uma opção entre outras, é a única opção, um imperativo evangélico: que todos sejam uma coisa só”. O Papa Paulo VI e o arcebispo Ramsey ditaram uma “Declaração Comum” pela nova atmosfera de comunhão entre as duas igrejas; o Papa João Paulo II visitou Canteburym em 1982 e deu a Bênção final com o Arcebispo de Cantebury Runcie.
Em 2012 um grupo de sacerdotes anglicanos, um monge beneditino e um padre jesuíta repreenderam as “Conversações de. Malines,” reuniram-se no mosteiro de Cheveton, na Bélgica, em 2013 e criaram as peregrinações para os lugares do ecumenismo. A imagem da peregrinação é atraente, a pessoa com a qual convivemos, que come o mesmo alimento, bebe a mesma bebida, participa da mesma habitação, não é um anglicano, ou ortodoxo, ou católico mas um irmão ou uma nossa irmã, é um amigo, um colega que tem um nome e uma face. Rezar juntos, lado a lado, dia a dia, permite uma grande amizade de uns com os outros e com o Senhor Jesus Cristo, sua Santíssima Mãe e os santos.
O caminho. Ecuménico não cresce só lendo livros, mas permanecendo em amizade uns com os outros. Como tornar vital estas peregrinações e encontros que incluem também a Madeira? Durante o meu episcopado tive muitas ocasiões deste género de vários grupos, vindos principalmente da França, sem ter encontrado o nome de uma estrada ou Praça.
Posso dar uma sugestão? Que pensa o Senhor Bispo Dom Nuno?
A apertada estrada que comunica da Avenida do Infante ao longo do Hospício da Princesa Dona Maria Amélia, até ao Seminário por onde passaram milhares de homens e mulheres para o Hotel Bela Vista e, mais tarde, para os Cursos de Cristandade, para a capela e salão de encontros, poderia, com o apoio do Bispo do Funchal, conhecimento da Câmara do Funchal ter os nomes de Rua do Padre Portal e Lord Halifax e servir para este fim, alindando as paredes, para que a Madeira figure nos lugares de peregrinação, tanto mais que se aproxima dos lugares onde viveram e se encontraram os dois amigos do ecumenismo.