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Artigo de Opinião

Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Psicólogos Portugueses

13/10/2022 08:00

Mas certamente que falar da capacidade de lidar com a adversidade - ou seja, de resiliência - não é extemporâneo. Bem pelo contrário, é em tempos de maior desafio e exigência que, mais do que nunca, é essencial valorizar fatores de proteção, identificar o que pode ser feito e mobilizar o conhecimento e os contributos de cada área do saber, em benefício de indivíduos e comunidade.

Ser resiliente não significa não ter problemas ou não ser afetado pelas dificuldades, mas sim a capacidade de lidar com elas e conservar um equilíbrio adaptativo. Porque a resiliência não é uma característica absoluta, que ou existe ou não existe, mas um processo que envolve várias dimensões, em que se incluem a natureza da situação vivida, o contexto de vida e a etapa de vida de cada um, a nossa resiliência também é influenciada pelas circunstâncias em que nos inserimos e o apoio social que temos.

É justamente na perspetiva de refletir e discutir sobre dimensões transversais que marcam a nossa realidade e de identificar os contributos da psicologia como um hub para responder aos desafios societais que se realizará nos próximos dias 3 e 4 de novembro, no Funchal, o Congresso Resiliência e Superação - A Psicologia na Construção da Paz, do Bem Estar e da Coesão Social (https://www.congressomadeira.ordemdospsicologos.pt/). Trata-se de um (re)encontro de profissionais e estudantes na área da psicologia, mas também onde é possível a participação de outros profissionais. Uma iniciativa que não estará focada num setor específico, mas um momento em que abordaremos temas transversais e que marcam o presente e o futuro da nossa comunidade.

Onde há pessoas, há comportamento, e onde há comportamento há a intervenção da psicologia como ciência e como profissão. Se queremos compreender e agir sobre a realidade, não podemos deixar de mobilizar todo o conhecimento que está disponível e que faz toda a diferença no sucesso das intervenções - não apenas a nível clínico individual, mas também na promoção da literacia em saúde psicológica, na promoção de competências em prevenção, nos contributos para o desenho de políticas e medidas que funcionem, entre outras esferas.

Numa crónica escrita em plena pandemia e em tempos de "cólera" e dificuldades (Amor em tempos de pandemia, abril de 2020), e de forma a enfatizar tudo o que de valor estava também ser feito, fazíamos um paralelismo com o célebre romance de García Márquez, que remete para a ideia da perseverança dos "bons sentimentos", mesmo face à adversidade e a obstáculos aparentemente intransponíveis. Pois continuemos a mobilizar o conhecimento e os recursos para lidar com mais esta etapa, contribuindo para a resiliência de todos e de cada um.

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