MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Investigadora

30/06/2024 08:00

S. Pedro castigou-nos com uma chuvinha persistente e irritante, mas, na verdade, a festa foi grande e a todos agradou. A folia tomou conta da Vila Baleira e o ponto alto foram as marchas: da Cidade, da Camacha, do Campo de Cima e do Campo de Baixo, seguidas do fogo de artificio que deixou toda a gente de coração cheio. Valeu!

Porém, e como sempre, houve algumas peripécias. As bandeiras oficiais, novinhas em folha, foram roubadas durante a noite, vários manjericos e balões não resistiram ao vento e a mesa do altar onde S. João foi colocado quebrou-se, tendo o santo sido salvo, já em queda livre, por um herói que prefere manter o anonimato. Julgo que já ganhou o céu. Salvar um santo de ficar em mil pedaços não é para todos. A chuva também impediu o tal mergulho nas águas lampas. Ninguém se atreveu a vestir o biquíni com a chuva a cair. Estão perdoados! Na verdade, os visitantes que escolheram passar estes dias no areal não tiveram sorte. O tempo madrasto não convidava nem a uma ida à praia e muito menos a banhos.

Tal como tinha escrito na crónica anterior, deitei as sortes, mas devo ter escolhido mal o caracol. O safadinho deixou apenas uma linha e curtíssima. Impercetível. Enigmática, portanto. Continuo sem saber o que me reserva o futuro. Para a próxima peço ajuda à Cristina Abreu para escolher um gastrópode de jeito!

Vimos o primeiro jogo da nossa selecção na casa da Bela e do Manel. Compramos os comes e bebes e montamos arraial no quintal. A Filomena até se vestiu a preceito: camisola, cascol e bandeira de Portugal. Foi a única. O resto do pessoal nem pensou na fatiota. O importante era apoiar a equipa das quinas. A coisa foi sofrida e a Luísa fugiu para dar sorte. Diz ela que é sempre assim e na verdade lá marcamos o segundo golo. Mas não pensem que a festa ficou por aqui. Cá nada! O Manel assumiu a posição de DJ e estivemos a dançar até às tantas. O pior foi acordar no dia seguinte para trabalhar. Ai o juízo das raparigas!

S. Pedro está à porta e a festa em honra deste santo será, como de costume, na Capelinha que fica no sopé do Pico Ana Ferreira. De repente, lembrei-me que há dois anos, eu a Cristina fomos lá bater de pijama e chinelas. Já conto. A ideia era apenas tirar umas fotografias ao pôr-do-sol e por isso vestimos um blusão por cima do dito pijama e saímos porta fora. A meio caminho, encontrei um sapato de homem que julgo ter sido ali deixado por um qualquer Cinderelo (eles também têm direito!), mas nem me atrevi a procurar o pé. Diz a minha mãe que há sempre um chinelo para um pé descalço, mas por vias das dúvidas resisti à tentação. Entusiasmadas com a grande animação ao redor do templo, fomos subindo a encosta em direcção à festa. É obvio que não tínhamos levado carteira, mas acreditem que comemos, bebemos e dançamos até se fazer noite. O que me chamou a atenção foi o facto de S. Pedro, além das chaves, que dizem ser do céu, levava na mão um cacho de uvas. Pelo tamanho seriam quilhão de galo. Querem ver que os santos só comem uvas do Porto Santo??!!! Compreendo-os. Não há uvas como estas!!!!

Nota final: descobri que a época de banhos para a maioria dos residentes na ilha dourada se inicia com o S. João. Julgo que deve ser por causa da tal tradição de mergulhar nas águas bentas. Só espero que o tempo se ponha de feição. Há mais de um mês que não vou à praia. Até enterrei o Santo António de canelas para ar, não para pedir um noivo, mas para pedir sol. Estou quase, quase a fazer uma promessa a N.S. da Graça. Já estou por tudo, afinal, em tempo de guerra, não se limpam armas.

Aah e por falar em armas, assisti ao treino de tiro ao prato. Há sempre uma primeira vez. O vento (e algumas cervejas) dificultou a pontaria, mas lá foram conseguindo apontar a arma e acertar no alvo. Entre vencedores e vencidos prevalece o convívio e memorável foi a sardinhada que se organizou para a entrega de prémios. Tenho de confessar que fui uma sortuda. Não, não ganhei uma taça. Ganhei uma sardinha arranjadinha (sem cabeça nem espinhas) que comi com muito agrado. Há prémios e prémios!

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