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Artigo de Opinião

2/03/2023 08:00

Egas Moniz foi um dos médicos mais famosos e influentes em Portugal tendo ganho o Nobel da medicina.

Este médico também disse que: "O corpo masculino, portador de valores distintos da espécie, em um conjunto de representação que o vinculava à razão e à inteligência, opunha-se à materialidade física do corpo feminino que se tornava o sinal natural das tarefas às quais as mulheres deveriam direcionar a sua existência".

1930 anos depois do nascimento de Jesus, a mulher ainda existia apenas para parir, segundo um dos homens mais influentes da ciência em Portugal.

No mês do Dia da Mulher questiono a história do mundo, dando-lhe um novo começo. Como seria o mundo onde a suposta filha de Deus e filha de Maria era mulher. Seria uma Manuela a criar a religião católica e a ser a primeira chefe da igreja.

Como seria a evolução do mundo, com a Manuela a ser a pessoa mais influente da história do mundo?

No desenvolvimento do mundo, durante séculos, a mulher não foi valorizada. Um mundo com Manuela seria muito diferente.

A mulher seria na sociedade atual alguém mais valorizadA que os homens. A mulher "mandaria" e a sociedade funcionaria muito mais em modo matriarcal (já existiu em África). A mulher era a líder na família e da sociedade.

Teríamos de certeza muitA menos população, porque a mulher poderia escolher ter ou não filhAs. Não haveria conceções comandadas por homens. A mulher podia ser o que quisesse. Maria podia até ter assumido um ato sexual como o responsável pelo nascimento da filha de Deus. Sexualidade seria algo natural e aceitável numa mulher.

TodAs nós teríamos uma história diferente para contar. Até a língua era escrita e dita nA femininA.

Porque num mundo de Jesus e Moniz, a mulher ainda precisa do Dia da Mulher para gritar que ainda não existe igualdade de género. É obrigatório defender o feminismo para uma melhor adaptação do mundo à mulher deste século: uma mulher que "faz o que quer" e que luta para a sua independência financeira. Durante séculos, nós, mulheres, dependemos do pai para depois dependermos do marido.

Mas como diz Gabriela Moita: "É mais fácil desmontar um átomo do que um preconceito".

Preconceitos em relação às mulheres há muitAs como também existem em relação a homens que vivem em relações com igualdade de género.

Esta semana, nas redes, assisti a uma polémica: "a mulher dele partilhou na história do insta dele a prova de que ele a tinha traído com outra". O que aconteceu depois, veio validar a opinião do Egas Moniz sobre as mulheres, quase um século depois. Ele foi valorizado, ele aumentou o número de seguidores em centenas. Ela, a sua mulher, foi criticada porque devia de estar calada e proteger a vida privada do influencer. Ironicamente, ela, mulher, era considerada por Egas Moniz como o "sexo fraco" e ele o "sexo forte" autorizado pela sociedade para ter estas fraquezas carnais.

A influencer italiana Chiara Ferragni, modelo e mãe de 2 filhAs, é diariamente "ofendida" por pousar em roupa interior ou despedida pelo único facto de ser mulher! Nunca festa, e em protesto, escreveu num vestido todas as ofensas de que foi e é vítima…

"Milhões de jovens homens morreram durante a guerra, mas felizmente a humanidade tinha descoberto um novo tipo de homem: a mulher. No início do século XX os cientistas sociais fizeram uma descoberta incrível: Uma mulher pode fazer tudo o que um homem faz sem precisar de falar sobre isso". - Philomena CunK

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