Esse preço, obviamente, terá sempre a ver com o modo como nos vemos, com o nosso amor-próprio ou até como uma resposta a patologias mentais. Há muitos narcísicos nas montras da Black Friday convencidos que não estão à venda.
Através da avaliação das nossas necessidades haverão sempre pessoas que se fazem valer mais que outras.
As vendas e compras fazem parte da vida: há quem se venda por paz interior, há quem se venda por um sorriso ou por um aplauso/elogio, há quem se venda por bens materiais e há ainda quem se venda pelo poder de um cargo ou de um estatuto social.
Tenho observado muitas vendas a preços de saldos, o que leva a parecer que aqueles que exigem um preço mais justo, não prestam.
E na política?!
O BE votou contra os dois últimos Orçamentos de Estado e votou bem! A minha surpresa é ouvir de gente que se diz "de esquerda" que não devíamos ter feito isso. Será que acham que tínhamos obrigação de prestar vassalagem ao governo PS?
E pior, também ouvi que não podíamos dizer que "não", ou seja, devíamos vender-nos numa montra da Black Friday sem responder às necessidades dos portugueses e sem defendermos o que prometemos.
Os que defendem isso não perceberam que os portugueses evoluíram e perceberam a nossa posição (sondagem expresso).
O O.E. é feito com o "bolo financeiro" do estado, onde todos nós (cidadãos residentes) contribuímos para ele.
O BE defende um O.E. mais justo e que responda às necessidades de todos e não abdica disso!
Uma das nossas lutas é pelo SNS, o sítio onde a maioria de nós nasceu e onde todos vão lá parar independentemente da classe social, a pandemia foi a prova disso.
Semedo e Arnaut lutaram por isso, o BE continua a luta deles, e o PS? Continua nessa defesa, afinal se o PS é governo não precisa de lutar como o BE, que não é governo, precisa é de executar!
O SNS já estava desgastado antes da pandemia e continua: carreiras paradas, serviços com falta de profissionais, concursos de médicos sem candidatos, etc.
Para onde vamos e o que fez o governo PS? Arranja soluções que não resolvem o problema. O BE propôs exclusividade/valorização de carreiras (até 2009 era possível, agora só para alguns chefes). Não aceitaram!
A maioria dos médicos e outros profissionais acumulam entre público e privado, a região não é diferente, há médicos exclusivos do privado. Perde o Serviço Público de Saúde porque lhes paga mal. E por isso, perdemos todos.
O PS quis fazer poupanças neste orçamento sabendo que o próximo ano é o último ano onde as regras do pacto de estabilidade estão suspensas.
Os governos europeus estão a investir enquanto o nosso governo poupa?!
Se não houver investimento agora, nunca haverá. E o BE sabe disto! O PS astutamente culpa-nos, cá também, afinal "como se atreve o BE a ser de esquerda?" quando o PS votou mais vezes aliado ao PSD do que com os partidos de esquerda, sendo naturalmente aplaudido pelo Presidente da República.
Há partidos que se vendem para garantir maiorias, outros para garantir cargos no executivo sem eleição, outros por "paz podre e pobre", outros por alianças para garantir lugares…
Para mim, os mais caros são os que se vendem por propostas políticas que vão de encontro às necessidades dos portugueses, afinal foi para isso que foram eleitos, não?!
Se a crise deste século é a da consciência, é preciso relembrar a missão da política.
O BE está a cumprir com a missão de um partido Socialista em democracia.